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Cidades do litoral catarinense podem desaparecer com a elevação do mar até 2100, aponta pesquisa

A costa de Santa Catarina, conhecida por suas belas praias, forte turismo e crescimento urbano acelerado, pode estar diante de um dos maiores desafios ambientais do século. Uma nova pesquisa internacional alertou que o avanço do nível do mar pode engolir partes significativas do litoral catarinense nas próximas décadas, afetando milhares de moradores e transformando a paisagem da região para sempre.

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Estudo projeta avanço do mar de até 1,9 metro até o fim do século

De acordo com pesquisadores da Universidade Tecnológica de Nanyang (Singapura) em colaboração com a Climate Central, uma organização especializada em ciência climática, a elevação do nível do mar pode atingir até 1,9 metro até o ano de 2100 caso as emissões globais de gases de efeito estufa não sejam significativamente reduzidas.

Essa estimativa se baseia nos cenários mais pessimistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e representa uma ameaça direta às cidades costeiras, incluindo aquelas situadas em Santa Catarina.

Áreas mais vulneráveis no estado de Santa Catarina

Florianópolis e seus bairros costeiros

A capital do estado é uma das localidades mais ameaçadas. Com boa parte de sua área urbana localizada em regiões costeiras e planas, Florianópolis pode ver bairros inteiros desaparecendo sob as águas, especialmente na parte norte da Ilha de Santa Catarina.

Regiões em maior risco:

  • Jurerê, Canasvieiras e Cachoeira do Bom Jesus: localizados próximos ao nível do mar e altamente urbanizados;
  • Barra da Lagoa: pode ter até metade de sua extensão afetada;
  • Coqueiros e Estreito (continente): regiões densamente povoadas que podem ser atingidas por alagamentos recorrentes.

Sul e região da Grande Florianópolis

Cidades próximas, como Palhoça, Biguaçu e São José, também enfrentam cenários preocupantes. Bairros como Vila Nova, Barra do Aririú e Ponte do Imaruim estão entre os mais citados como vulneráveis.

Já no sul do estado, cidades como Laguna, Imbituba e Garopaba, famosas por suas paisagens naturais e turismo de verão, também aparecem como pontos de atenção nos mapas gerados por simulações climáticas.

Causas do aumento do nível do mar

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Edição – @lifeforstock/Freepik

Derretimento de geleiras e calotas polares

A principal causa da elevação do nível dos oceanos é o derretimento das geleiras da Groenlândia e da Antártida, provocado pelo aquecimento global. À medida que as temperaturas médias globais sobem, mais gelo derrete e é liberado nos oceanos.

Expansão térmica da água

Outro fator é a expansão da água do mar conforme ela aquece. Mesmo sem considerar o derretimento do gelo, a elevação das temperaturas causa dilatação da massa oceânica, contribuindo significativamente para a elevação do nível do mar.

Atividades humanas e urbanização costeira

O desmatamento de áreas de restinga, manguezais e dunas — que funcionam como barreiras naturais — também intensifica a vulnerabilidade das cidades costeiras ao avanço do mar.

Consequências diretas para a população

Inundação permanente de bairros

Com a elevação contínua do mar, bairros inteiros podem deixar de ser habitáveis. Isso inclui desde áreas residenciais até comércios e pontos turísticos, resultando em perda de patrimônio, êxodo populacional e crise habitacional.

Danos à infraestrutura

Rodovias litorâneas, sistemas de saneamento e distribuição de energia podem ser severamente afetados. A água do mar tem potencial corrosivo, o que pode acelerar a deterioração de construções e estruturas públicas.

Impactos na economia

Com a perda de áreas turísticas e o comprometimento da infraestrutura, a economia local também pode ser gravemente afetada. A pesca, outro setor vital para as regiões litorâneas, também enfrenta riscos com a alteração dos ecossistemas marinhos.

Medidas urgentes para enfrentar o problema

Redução das emissões de carbono

Governos em todas as esferas precisam investir em políticas que favoreçam energias limpas, transporte sustentável e reflorestamento. A mitigação das emissões é uma ação global, mas deve começar com iniciativas locais.

Proteção das zonas costeiras

Projetos de contenção, como barreiras artificiais e recuperação de manguezais, são alternativas eficazes para reduzir o impacto da subida do mar. Países como a Holanda já utilizam sistemas de diques e comportas que poderiam inspirar soluções semelhantes no Brasil.

Planejamento urbano resiliente

Rever o crescimento urbano desordenado, principalmente em áreas de risco, é essencial. Investir em planejamento urbano de longo prazo, com base em dados climáticos e mapeamento de áreas vulneráveis, pode evitar tragédias futuras.

O papel da sociedade e da educação ambiental

A população também precisa estar informada e consciente dos riscos. Programas de educação ambiental, campanhas de conscientização e engajamento comunitário são fundamentais para que as pessoas possam cobrar ações governamentais e também fazer sua parte.

Pequenas atitudes fazem a diferença

  • Evitar desperdício de energia;
  • Reduzir o uso de veículos movidos a combustíveis fósseis;
  • Apoiar e consumir produtos de empresas comprometidas com sustentabilidade;
  • Incentivar políticas verdes em nível municipal.

O que dizem os especialistas

Cientistas climáticos brasileiros e internacionais concordam que, embora o cenário seja grave, ainda é possível frear os piores impactos se houver vontade política e mobilização social. A janela de ação, no entanto, está se fechando.

Segundo o oceanógrafo Carlos Eduardo Veiga, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), “é possível manter os níveis do mar sob controle se tomarmos medidas drásticas agora. Caso contrário, o cenário projetado para 2100 poderá se concretizar mais cedo do que esperamos.”

Considerações finais: a urgência de agir agora

A possível submersão de cidades litorâneas em Santa Catarina não é uma ficção científica ou um problema distante — trata-se de uma projeção científica concreta, com base em décadas de pesquisa climática. A boa notícia é que ainda temos tempo para reverter o pior dos cenários.

Agir com responsabilidade ambiental hoje é garantir que Florianópolis, Palhoça, Laguna e tantas outras cidades continuem existindo — não apenas em mapas antigos, mas como lares vivos e resilientes para futuras gerações.

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