Edward Forbes foi um historiador e diretor do Fogg Art Museum, da Universidade de Harvard, de 1909 a 1944. Ele viajava pelo mundo coletando pigmentos com o intuito de autenticar pinturas clássicas italianas. A atividade deu origem à Coleção Forbes de Pigmentos, com mais de 2.500 amostras raras.
Hoje, a coleção encontra-se no The Straus Center for Conservation and Technical Studies do Museu de Arte de Harvard, e é curada por Narayan Khandekar, que incluiu nela pigmentos modernos para uma análise mais completa de artes contemporâneas e do século 20. “Cada pigmento tem sua história”, diz ele.
Alguns pigmentos são bem curiosos, como o “Mummy Brown” (Marrom Múmia), muito popular nos séculos 18 e 19, extraído de uma resina que escorria das múmias e acabava tingindo o material que as enfaixava.

Outro, o “Ultramarine”, chegou a valer mais que o ouro. Ele era retirado da belíssima pedra semi-preciosa lapis lazuli em minas do Afeganistão e exportado por comerciantes italianos para a Europa, nos séculos 14 e 15.

O pigmento retirado da secreção de um caramujo marinho deu origem à cor “Púrpura Tíria”, muito valorizada por imperadores do Império Bizantino e que tornou-se símbolo de status, sendo sua utilização proíbida por qualquer um que não fizesse parte do império. Uma curiosidade é que essa cor era muito valorizada na Antiguidade porque não desbotava, ficando gradualmente mais brilhante e intensa com o tempo e exposição ao sol.

A biblioteca inclui até alguns pigmentos que devem ser manuseados com cuidado, como o vermelho-alaranjado do mineral realgar e o amarelo-limão do orpimento (ou ouropigmento), que possuem arsênio na composição.













