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Escavações em Jerusalém revelam Piscina de Siloé, local ligado à cura do cego por Jesus

Entre arqueologia e fé: uma descoberta de impacto mundial

Pesquisadores que trabalham na área conhecida como Cidade de Davi, na parte sul da antiga Jerusalém, anunciaram a identificação de novas estruturas ligadas à histórica Piscina de Siloé. O tanque, mencionado em textos bíblicos, é apontado como cenário de um dos milagres de Jesus Cristo: a cura de um homem cego de nascença, conforme registrado no Evangelho de João. O achado envolve um muro imponente e uma escadaria de acesso, ambos datados de cerca de 2.800 anos, construídos ainda na época do Primeiro Templo. Para além do simbolismo religioso, a descoberta reforça a importância da região como um dos centros da vida urbana e ritual em Jerusalém antiga.

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O que os arqueólogos encontraram

Estrutura monumental

As escavações revelaram parte de um muro de contenção com proporções impressionantes: cerca de 12 metros de altura, mais de 20 metros de extensão e espessura entre 7 e 8 metros. O método de datação por radiocarbono indica que a construção ocorreu durante os reinados de Joás e Amazias, no século VIII a.C. Esse muro fazia parte de um sistema hidráulico projetado para canalizar e armazenar a água que vinha da Fonte de Giom, principal nascente da região.

Escadarias que resistiram ao tempo

Junto ao muro, pesquisadores identificaram degraus que permitiam o acesso ao tanque. Essas escadarias não só garantiam a utilização prática da água, mas também estavam ligadas a ritos de purificação que faziam parte da tradição judaica.

Conexão direta com a Bíblia

O relato do Evangelho de João

De acordo com a narrativa bíblica (João 9:1-11), Jesus encontrou um homem cego de nascença, preparou uma mistura de barro com saliva e ungiu os olhos dele. Em seguida, pediu que ele se lavasse na Piscina de Siloé. Após obedecer, o homem recuperou a visão, tornando-se um dos milagres mais emblemáticos da tradição cristã.

Fé confirmada pela arqueologia?

Embora a ciência não confirme o milagre em si, a localização e preservação parcial do tanque dão sustentação histórica ao cenário descrito nos evangelhos. Essa interseção entre arqueologia e fortalece a memória coletiva de Jerusalém como um centro de espiritualidade e história.

Jerusalém e seus sistemas hidráulicos

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Reprodução/Twitter/@HananyaNaftali

A Fonte de Giom e o Túnel de Ezequias

A Piscina de Siloé fazia parte de um projeto de engenharia complexo, responsável por garantir o abastecimento de água da cidade. A nascente principal, a Fonte de Giom, foi canalizada por meio do Túnel de Ezequias, uma das obras mais notáveis do período do reino de Judá. Essa estrutura permitia que Jerusalém tivesse acesso à água mesmo em tempos de cerco, reforçando sua importância militar e estratégica.

Armazenamento e purificação

O tanque tinha múltiplas funções: servia tanto como reservatório civil para consumo diário quanto como espaço de purificação ritual. Essa versatilidade o transformou em um dos locais centrais da vida comunitária da cidade.

História moderna da descoberta

Redescoberta em tempos recentes

O tanque de Siloé já havia sido parcialmente revelado em 2004, quando obras de infraestrutura levaram arqueólogos a encontrar degraus datados do período do Segundo Templo. Desde então, sucessivas escavações vêm revelando mais detalhes da estrutura.

Nova etapa em 2025

As pesquisas mais recentes ampliaram a dimensão conhecida do local, trazendo à tona um muro colossal que comprova o tamanho e a sofisticação da obra. Essas evidências consolidam o status da Piscina de Siloé como um dos sítios arqueológicos mais relevantes de Jerusalém.

Importância religiosa e cultural

Lugar de peregrinação

Para cristãos de todo o mundo, o local é mais que uma curiosidade arqueológica: é um santuário vivo, associado diretamente à narrativa da cura do cego. A expectativa é de que as autoridades israelenses promovam o acesso público ao sítio, estimulando o turismo religioso e acadêmico.

Potencial científico e turístico

O achado também amplia o interesse de estudiosos, que passam a ter material concreto para análises arqueológicas mais detalhadas. Ao mesmo tempo, Jerusalém ganha mais um atrativo para visitantes que buscam vivenciar lugares mencionados na Bíblia.

Conferências e divulgação

A descoberta será tema de encontros científicos internacionais, como a conferência “The Lost Pool – The Enigma of Siloam”, reunindo arqueólogos, historiadores e representantes religiosos. O objetivo é aprofundar os debates e contextualizar o significado histórico do tanque.

Desafios e limitações

Cuidados na interpretação

Apesar da solidez das evidências, a associação direta com a narrativa bíblica exige cautela. A arqueologia confirma a existência do tanque, mas o episódio do milagre permanece no campo da .

Conservação do sítio

Manter estruturas tão antigas acessíveis ao público requer investimentos constantes em preservação. O equilíbrio entre conservação e turismo será um desafio fundamental para os responsáveis.

Entre ciência e fé

O caso da Piscina de Siloé ilustra como a ciência pode dialogar com tradições religiosas sem invalidá-las. O local passa a ser entendido como um ponto de encontro entre história material e simbolismo espiritual.

Considerações finais

A descoberta da Piscina de Siloé em Jerusalém reforça a relevância da arqueologia bíblica, pois oferece um elo físico com uma das narrativas mais conhecidas do Novo Testamento. O muro e a escadaria agora revelados confirmam que a região possuía sistemas hidráulicos de grande porte, capazes de sustentar tanto a vida prática quanto os ritos religiosos da cidade. Para milhões de fiéis, esse achado é mais que uma confirmação histórica: é uma oportunidade de se conectar com a memória de um milagre. Para a ciência, trata-se de mais uma peça que ajuda a reconstruir a complexa história de Jerusalém.

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