Ciência e saúde
Entenda a demência de Bruce Willis.
Bruce Willis, 67, foi diagnosticado com demência frontotemporal. Em publicação no Instagram, a esposa Emma Heming Willis informou sobre o quadro de saúde do ator e agradeceu as mensagens de apoio.
Em março de 2022, o astro já tinha pausado a carreira por causa do diagnóstico de afasia, um problema que compromete a linguagem falada ou escrita e deixa o paciente incapaz de se comunicar.
Inclusive, esse é um dos sintomas da demência frontotemporal —também conhecida pela sigla DFT.
Entenda a demência frontotemporal
É um grupo de doenças neurodegenerativas e progressivas que atingem o cérebro. Em comum, os três tipos (explicados mais abaixo) envolvem uma atrofia nas regiões frontais e temporais do cérebro. Pode ocorrer um tipo predominante que, na evolução da doença, progride para outro tipo de DFT. Ou seja, o paciente começa com mudanças comportamentais e depois passa a apresentar dificuldades na fala, ou vice-versa.
Variante comportamental Geralmente, as primeiras alterações que acontecem são nas emoções e no comportamento. O paciente fica sem filtro e se comporta de forma inadequada e constrangedora. Além de apresentar atitudes irresponsáveis, fica indiferente a tudo e se torna incapaz de entender e se colocar no lugar do outro.
Demência pode aparecer a partir dos 45 anos A DFT é diferente do Alzheimer, pois não afeta predominantemente a memória. A doença provoca principalmente uma alteração no comportamento — é como se a pessoa mudasse de personalidade. A idade também é um diferencial: a DFT atinge uma parcela muito ativa da população, geralmente com idade entre 45 e 65 anos, enquanto o risco de o Alzheimer aparecer aumenta a partir dos 65.
Quais as causas?
A origem pode ser genética. Isso quer dizer que, caso algum familiar tenha a doença, há maior risco de a pessoa desenvolver o problema –mas isso não é uma regra. O que se sabe é que, no cérebro, ocorre um acúmulo anormal de três proteínas: TAU (a mais abundante), FUS e TDP-43. Tudo isso acaba sendo tóxico para os neurônios, que vão morrendo, atrofiando e causam os sintomas da doença.
Como é feito o diagnóstico É clínico e conta com o auxílio de exames de imagem. Por ter sintomas semelhantes a algumas doenças psiquiátricas, como depressão e bipolaridade, pode resultar num diagnóstico tardio ou até mesmo errado.
Tem remédio?
Há cura? Não há um remédio específico para a DFT, tampouco cura. O que dá para tratar são os sintomas que aparecem.