Um grupo de mulheres amputadas conseguiu transformar a deficiência física em um símbolo de beleza e coragem. Algo que para maioria das pessoas é visto como uma coisa negativa e não fotografável, na visão dessa fotógrafa, a deficiência é mais uma das inúmeras formas de beleza. E tudo isso é retratado em seu projeto voluntário que exalta esse grupo de mulheres esquecidas pela sociedade.
A fotógrafa Cacá Dominiquini, de Campinas (SP), realiza ensaios fotográficos com mulheres amputadas que souberam transformar a dor em alegria. Foram onze ensaios e a cada um deles, uma história de superação era contada. “Foi uma experiência e tanto. Sempre tive vontade de tirar foto, toda maquiada, e a Cacá realizou um dos meus sonhos.”, contou a sorridente Duda, de 13 anos, e que aos três teve os pés e mãos amputados.

A vontade por trás da lente
Cacá Dominiqui, 42 anos, sempre teve o desejo de fotografar mulheres amputadas. Porém, o projeto só saiu do papel após a fotógrafa realizar alguns trabalhos internacionais de publicidade e observar o quanto são fortes os estereótipos de beleza. “Eram modelos escolhidas a dedo. Queria fotografar mulheres comuns, para que pudessem se sentir valorizadas com o resultado”, ressalta Cacá, que realiza os ensaios de forma voluntária.
Mesmo com uma vontade enorme, ela acabou encontrando dificuldades na busca por mulheres amputadas que aceitavam ser fotografadas. “Nossa, pesquisei na internet e vi que existe um tabu. São poucos que falam sobre o assunto. Encontrei alguns grupos de amputados nas redes sociais e foi assim que começou.”, contou Cacá.
As dificuldades não impediram que o projeto saísse do papel, e muito menos que ele fizesse sucesso. Mulheres de outros países procuraram a fotógrafa para participar de seus ensaios, inspirando ainda mais Cacá. O projeto ganhou o nome de InspirAção e no futuro pretende virar exposição ou algum livro.

A iniciativa está inspirando não só mulheres, mas também homens amputados que ainda tentam esconder a “fraqueza”. A busca por visibilidade questiona os padrões de belezas impostos não só pela mídia, mas a sociedade em geral, e também ressalta a importância de ações inclusivas como essa.
Fonte / G1












