Empresa é atacada por internautas na web após funcionário pedir dicas para matar gato

Uma grande polêmica tomou conta das redes sociais da fabricante de aviões Embraer. A empresa foi duramente criticada por internautas após um funcionário usar seu perfil pessoal para pedir dicas de como matar um gato em uma página. Na postagem, o empregado, que atua como eletricista, citou que gostaria de um método lento e doloroso para torturar o bichano antes de matá-lo.

O post teve forte repercussão, principalmente, entre simpatizantes de causa animal, que cobraram uma posição da empresa. Em nota, a Embraer afirmou que é contra a conduta do rapaz e que trata o assunto internamente.

A página na qual a postagem foi realizada foi retirada do ar, enquanto internautas denunciaram a publicação em uma página que atua na defesa dos direitos dos animais. O eletricista também foi denunciado.

Questão legal

Apesar da forte mobilização, ao G1 a advogada Regiane Sgorlon explica que não houve crime por parte do empregado: “Esse tipo de postagem, por mais que faça sugestão, não comprova que ele tenha matado o animal. Seu questionamento não define um crime”. A especialista em direito trabalhista afirma, inclusive, que se a postagem não tiver ocorrido em horário de trabalho, uma punição por parte da empresa não é cabível. “Se ele não fez isso em horário de trabalho, a empresa não tem subsídio para qualquer sindicância ou punição ao funcionário. Apesar de infeliz, a publicação na própria página sem citar a empresa é de ordem pessoal. No caso dele, o que houve foi uma punição moral”, explica.

Também ao G1, Jaqueline Lafloufa, especialista em comunicação digital da USP, explica que esse tipo de publicação requer cuidados, principalmente em relação à imagem pessoal e a da empresa, quando esta é citada no perfil do internauta. “É sensato pensar duas vezes antes de fazer uma postagem. Se o que você tem a dizer poderia te deixar constrangido ou preocupado com a possível repercussão da sua fala, talvez seja melhor reconsiderar e evitar essa publicação. (…) As pessoas podem sim ser responsabilizadas pelo que dizem nos seus perfis pessoais, especialmente quando se identificam como colaborador de uma empresa”, diz.