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Em realidade precária, mãe sustenta quatro filhos com comida que vem do lixo: “É o que temos para comer”

Talvez seja muito hipócrita o famoso comentário “não reclame de sua realidade, porque sempre há alguém que gostaria de estar no seu lugar”. Só nós sabemos de nossos problemas e, seja homem ou mulher, rico ou pobre, branco ou negro, todos têm obstáculos a superar em sua vida.

O fato é que existem casos que não podem passar despercebidos. A histórias que não podem ser escritas sozinhas. Há quem precise de ajuda.

Ana Cleide de Jesus Santos, 33, é uma mãe lutadora. Genitora de seis filhos (quatro moram em sua casa), ela é responsável pelas crianças e, desempregada, depende do lixo para poder alimentar as crianças. O marido vive de bicos e sua renda só é suficiente para pagar as contas de água e luz. Mais nada.

Dia após dia, sua rotina era pedir comida nas ruas e bater na casa das pessoas pedindo por algum auxílio. E além de não recebê-lo, ela era criticada, xingada, ofendida. O “não” não bastava. Assim, sua alternativa foi vasculhar lixeiras e lixões atrás de algum alimento.

A família vive de favor em uma casa que reflete a sua realidade difícil, em Feira de Santana, na Bahia. Lá, existe uma geladeira com produtos vencidos e um fogão que se mostra inútil, pois não há um botijão de gás. Ana está inscrita no programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, mas enquanto isso, encara uma moradia precária e de difícil acesso.

Ao repórter Aldo Matos, do portal Acorda Cidade, a mãe, com toda a sua simplicidade, disse que estava “feliz e agradecida”, por ter encontrado alimento – uma tripa de galinha que ela cozinhava em fogo a lenha quando o repórter chegou – no lixo.

Ana reconhece o quanto seu estilo de vida é arriscado tanto para ela quando para as crianças – sendo que uma delas, de 6 anos, não fala e é portadora de problemas cardíacos.

“Olha aqui minha geladeira, está cheia de alimentos que peguei no lixo. A geladeira está parando de funcionar. Aqui tem muita coisa vencida, patê, suco… Já me senti mal, mas é o que temos para comer. Pego os alimentos do lixo para não passar fome, porque não temos outra opção. E ainda assim a gente corre risco porque os vigilantes vêm atrás da gente correndo e temos que largar sacola com tudo. Pegamos alimentos em um lixão que eu invado. Tenho dois filhos que moram com os avós: um de 17 e outro de 18 anos. Eles trabalham em outra cidade. Aqui eu cato café, ovos, verdura, ovinho de páscoa. Meus filhos menores ficaram tão felizes com os ovinhos”, contou a mãe, emocionada, ao Acorda Cidade.

A única ajuda que o casal recebe vem de Neide Morais, conhecida como Índia e coordenadora do Projeto Criança Feliz. Na medida do que pode, Índia faz o possível para colaborar com as necessidades do lar e para pedir ajuda para a família. As duas se conheceram quando um dos filhos de Ana Cleide sumiu na rua: “Fiquei desesperada porque não conseguia achar meu filho. Eu iria procurar a rádio e ela se aproximou e chamou a polícia. O sargento colocou várias viaturas e encontraram meu filho. Hoje ela é madrinha dele. Foi uma bênção em minha vida, que Deus me deu”, revelou a mãe.

Enquanto o marido procura por emprego, Ana Cleide pede ajuda. A divulgação de sua história fez com que a comunidade se mobilizasse em auxiliá-la. E se você quiser contribuir também com alguma ajuda ou doação, basta entrar em contato com Neide por seu WhatsApp: (75) 98103-6627.

Esperamos que os ventos passem a soprar a favor desta família.

Fotos: Acorda Cidade

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