“Eu sou uma guerreira.” As palavras ditam com considerável esforço ao marido não poderiam fazer mais jus à americana Lyndee Brown, de 47 anos. Em coma absoluto por duas semanas após sofrer um mal súbito, até os médicos perderam a fé que ela pudesse sobreviver. Em consenso com a família após explicarem a situação, a equipe hospitalar optou por desligar os aparelhos que a mantinham viva. E assim o fizeram.
Contudo, o que parecia o fim para Lyndee, na verdade, se tornaria um inacreditável recomeço. Mesmo com os aparelhos desligados, ela ainda conseguia respirar e seu coração ainda batia. E após alguns dias no hospital, ela conseguiu voltar a ouvir tudo o que se passava a seu redor, o que incluiu o momento em que os médicos informaram à família que os órgãos estavam enfraquecendo e que o ideal era que os aparelhos fossem desligados.
“Minha família sabia que eu era uma ávida doadora de órgãos, então quando os meus pararam de funcionar eles decidiram que era hora de tomar uma decisão. Eles deram um dia para as pessoas virem me dar tchau e em todo o momento meu marido ficou ao meu lado sussurrando no meu ouvido ‘você precisa lutar'”, disse a paciente.
E o apoio e a esperança do marido não foram em vão. Mesmo com uma equipe já a postos para retirar os seus órgãos, ela não estava disposta a desistir. “Finalmente consegui juntar forças e disse ao meu marido que era uma guerreira. Ele parou imediatamente e olhou pra mim. Ele me perguntou se eu sabia quem ele era. Eu disse ‘sim, meu marido’. Então ele trouxe minha mãe para meu campo de visão e perguntou se eu sabia quem ela era. Eu disse ‘sim, é minha mãe'”, relembrou.

A essa altura, o milagre já estava estabelecido. Ainda assim, Lindsey precisaria ficar mais alguns dias internada em acompanhamento e para reaprender atividades como comer e andar. Com o tempo, no entanto, a norte-americana sofreu e ainda sofre com algumas complicações causadas pelo período em coma. Ela precisou realizar cirurgias para eliminar coágulos em suas pernas devido ao tempo passado sem fazer nenhum movimento. Além disso, ela passa por tratamentos contra ansiedade e ataques de pânico. Porém, não há um dia sequer que ela não agradeça por ter tido a chance de “recomeçar” em sua vida.
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