Um elefante-marinho-do-sul foi localizado em situação crítica no litoral de São Paulo, chamando atenção por ser um visitante raro na região. O animal, que apresentava ferimentos e sinais de debilidade, foi socorrido por uma equipe especializada e, agora, passa por tratamento intensivo com a esperança de ser devolvido ao habitat natural assim que se recupere.
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O resgate no Guarujá
O animal foi avistado por moradores no costão rochoso da praia do Guarujá. Imediatamente, o Instituto Gremar foi acionado para realizar o resgate. De acordo com a equipe de biólogos, trata-se de um elefante-marinho jovem, pesando cerca de 200 quilos, com machucados próximos à nadadeira e com presença de parasitas, além de apresentar comportamento letárgico.
A operação de resgate envolveu cuidados para minimizar o estresse do animal. A remoção foi feita com o auxílio de redes e equipamentos específicos, garantindo o transporte seguro até a base de reabilitação.
Avaliação clínica e primeiros procedimentos
Assim que chegou ao centro de reabilitação, o elefante-marinho passou por uma avaliação médica detalhada. Exames laboratoriais foram realizados para verificar possíveis infecções, estado nutricional e a presença de doenças como a gripe aviária, que pode afetar mamíferos marinhos.
O tratamento inicial incluiu hidratação, suplementação alimentar e medicamentos para controle da dor e combate aos parasitas. Segundo os veterinários responsáveis, o estado de saúde do animal é considerado estável, com sinais de recuperação já perceptíveis.
Características do elefante-marinho-do-sul
Espécie de grande porte
O elefante-marinho-do-sul (Mirounga leonina) é um dos maiores mamíferos marinhos do mundo. Originário de águas geladas do Hemisfério Sul, como as regiões próximas à Antártida, o animal pode atingir até 6 metros de comprimento e pesar mais de 3 toneladas quando adulto.
Presença rara no Brasil
Embora registros esporádicos já tenham ocorrido no litoral brasileiro, a aparição desses animais na costa paulista é bastante incomum. Geralmente, quando aparecem, estão em condição debilitada, como foi o caso desse exemplar resgatado.
Por que o animal apareceu tão longe de seu habitat?

Influência das correntes marítimas
Especialistas apontam que alterações nas correntes oceânicas e mudanças climáticas podem estar influenciando o deslocamento de animais como o elefante-marinho. É possível que o animal tenha se perdido durante o processo migratório ou buscado áreas mais quentes por conta de condições adversas em sua região de origem.
Sinais de desgaste físico
Além da distância percorrida, a presença de lesões e parasitas indica que o animal pode ter enfrentado dificuldades para encontrar alimento ou ter sofrido ferimentos durante o trajeto.
O trabalho do Instituto Gremar
Atuação na proteção da fauna marinha
O Instituto Gremar é referência em resgates e reabilitação de animais marinhos no estado de São Paulo. Sua equipe é responsável por monitorar e prestar atendimento emergencial a animais encalhados ou em situação de risco.
Colaboração com órgãos ambientais
O resgate do elefante-marinho contou com apoio de diversas instituições, incluindo a Polícia Ambiental e o Corpo de Bombeiros. Essa integração é fundamental para garantir a rápida resposta a casos como esse.
Monitoramento contínuo
Durante a recuperação, o animal permanece sob vigilância constante. As equipes acompanham os sinais vitais, o comportamento alimentar e as respostas aos tratamentos clínicos, ajustando os protocolos conforme a evolução.
O futuro do elefante-marinho resgatado
Reabilitação antes da soltura
A equipe de biólogos e veterinários trabalha para fortalecer o estado físico do animal antes de autorizar o retorno ao oceano. Quando estiver em condições adequadas, o elefante-marinho será reintroduzido ao mar, preferencialmente em uma área com características ambientais semelhantes ao seu habitat original.
Acompanhamento pós-soltura
Caso as condições permitam, a equipe pode optar por instalar um equipamento de monitoramento por satélite, a fim de acompanhar os deslocamentos do animal e obter mais informações sobre seu comportamento após a reabilitação.
A importância científica do caso
Coleta de dados relevantes
O resgate desse animal representa uma oportunidade valiosa para a ciência. Amostras de sangue, pele e parasitas estão sendo analisadas, permitindo entender melhor aspectos da saúde da espécie, suas rotas migratórias e os impactos ambientais que enfrentam.
A ocorrência também reforça a necessidade de atenção às mudanças climáticas e seus efeitos sobre a fauna marinha. O aumento no número de avistamentos incomuns pode indicar alterações nos ecossistemas marinhos que exigem estudo e ação por parte de autoridades e pesquisadores.
Avistamentos anteriores no Brasil
Casos recentes
Embora incomum, esse não foi o primeiro registro de elefantes-marinhos no Brasil. Em 2024, um outro exemplar foi encontrado no litoral paulista e outro foi visto no Espírito Santo. Essas ocorrências, ainda que isoladas, geram preocupação entre os ambientalistas sobre possíveis distúrbios nos padrões migratórios desses animais.
Crescimento nos registros
Os especialistas avaliam se o aumento desses avistamentos está relacionado ao aquecimento global ou a outros fatores ambientais, como alterações na disponibilidade de alimentos nas áreas de origem da espécie.
O que fazer ao encontrar um animal marinho encalhado
Recomendações para o público
A orientação das autoridades ambientais é clara: ao encontrar um animal marinho debilitado ou fora de seu habitat, o público deve manter distância, evitar qualquer tipo de contato físico e imediatamente acionar o órgão ambiental local ou entidades como o Instituto Gremar.
Importância de não interferir
Tocar ou tentar mover o animal sem treinamento pode agravar os ferimentos ou causar ainda mais estresse ao animal. A manipulação inadequada também oferece riscos à saúde humana, devido à possibilidade de transmissão de doenças.
Considerações finais
O resgate do elefante-marinho no Guarujá representa mais do que uma história de superação animal. Ele reforça a importância da conservação da vida marinha, da atuação de equipes especializadas e da conscientização da população sobre os cuidados com a fauna costeira. Com acompanhamento contínuo e ações coordenadas, a expectativa é que o animal possa em breve voltar ao oceano, contribuindo com dados importantes para a ciência e para a preservação da espécie.













