Você já ouviu falar no “breast ironing”? Em tradução livre, é como passar ferro nos seios, isto é, uma prática que serve para “achatar” os seios de garotas com o intuito de protegê-las do estupro e assédio sexual.
Parece pesadelo e até mesmo conto de terror, mas é exatamente o que ocorre com 3,8 milhões de mulheres pelo mundo, segundo a ONU.
Toda essa violência que abrange esmagar, cortar e bater nos seios tem como objetivo fazer com que as meninas se tornem menos femininas e, assim, conter o abuso em países como Camarões, Nigéria e África do Sul.
As maiores vítimas são garotas entre 8 e 14 anos. A técnica é consentida pelos próprios pais como forma de preservar a pureza das filhas para o casamento. Segundo eles, o desejo dos homens é incontrolável e, por isso, elas devem se submeter ao procedimento para dosá-los.
No entanto, os traumas duram uma vida inteira. Além da dor física, como infecções, escaras e abscessos, muitas entram em depressão profunda.
A rede de TV CNN conseguiu entrevistar uma mãe do Camarões que revelou que realizou o procedimento na filha para afastar os abusadores.
A foto abaixo mostra essa mãe preparando o objeto usado para mutilar os seios da filha:
“É brutal. Tem muito trauma. As mães fazem isso com boas intenções, querem proteger as filhas do abuso sexual, mas isso não se encaixa nos nossos valores. As mulheres precisam entender que o que estão fazendo é nocivo para as suas crianças e isso pode ter um grande impacto a longo prazo”, diz Margaret Nyuydzewira, fundadora da ONG britânica CAME Organização pelo Desenvolvimento de Mulheres e Meninas.
E é assim em muitas culturas: ao invés de cortar o mal pela raiz, tratar a causa do problema, preferem voltar a atenção às consequências geradas pela “doença mental” do homem. Até quando?
