Autumn Veach tinha dezesseis anos e como muitos adolescentes, uma vida problemática. Ela sofria de ansiedade, às vezes tinha momentos de depressão e a ideia de suicídio já havia passado por sua cabeça mais de um vez.
Ela vivia com o pai com quem sempre se dera bem, mas recentemente sentia que ele não a entendia e não se importava com ela mais. Numa visita aos avós eles se ofereceram para levá-la de volta no avião particular do avó. A primeira reação de Autumn foi ficar muito feliz com a ideia. Ela havia adorado passar aquele tempo com os avós. Mas quando viu o pequeno avião construído em 1949 sua primeira reação foi enviar uma mensagem para o namorado dizendo “Eu com certeza vou morrer”.

A viagem seguiu tranquila, quando o pior aconteceu. O GPS parou de funcionar e sem ele, eles não tinham como saber para onde estavam indo no meio de toda aquela neblina. Quando seu avó tentou descer o avião, ele se chocou contra uma montanha e caiu, se despedaçando em uma árvore.
Era o pesadelo de Autumn se tornando real.

Ela conseguiu sair de seu assento apenas a tempo de ir até onde os avós haviam caído e vê-los morrer bem ali, diante de seus olhos. Depois disso ela estava sozinha e tudo o que ela via eram árvores e montanhas. Nenhum sinal de civilização.
Nos dois dias seguintes Autumn bebeu pouca água e não encontrou nada para comer. Quando a adrenalina do acidente começou a passar ela sentiu que sua mão doía muito. Ela havia quebrado ou torcido a mão.
Como era fã de programas de sobreviventes contando suas histórias e usou aquilo ao seu favor. Quando encontrou um rio ela sabia que se seguisse sua correnteza encontraria civilização. Muitas vezes para seguir o rio era preciso entrar nele e assimsuas roupas ficaram encharcadas.
Durante a noite ela pensava nos avós, no pai, na mãe e que se ela não conseguisse sair de lá logo, iria morrer.

Enquanto isso haviam buscas sendo feitas procurando pelo avião desaparecido, mas os especialistas estavam céticos. Qualquer um que não fosse encontrado nas primeiras 24 horas, mesmo que tivesse sobrevivido a queda, morreria de hipotermia.
Mas Autumn não estava pronta para desistir. Ela continuou seguindo em frente até que todo seu esforço foi recompensado. Já quase sem nenhuma energia para continuar ela chegou até uma estrada, onde conseguiu parar dois amigos que estavam indo praticar escalada.
Mais tarde no hospital ela recebeu cuidados para as queimaduras de terceiro grau, desidratação, hipotermia, arranhões e picadas de inseto.
Ao falar com o pai do telefone a primeira coisa que ele disse era que a amava e que estava fazendo o possível para chegar até ela o mais rápido possível. Era tudo o que Autumn precisava ouvir.
Um ano depois do acidente ela voltou a morar com o pai.
Por Andréa Fontes












