As mulheres possuem uma força interior jamais imaginada. O sexo feminino sempre sofreu injustiças e momentos terríveis que nenhum homem jamais iria imaginar. Algumas mulheres passaram por coisas que até mesmo outras mulheres jamais imaginariam.
E a história da mexicana Karla Jacinto é uma dessas. Mulher deve ser respeitada mas essa jovem de 23 anos não soube o que isso significa desde que nasceu. Ela fez parte do tráfico humano e não desejaria nem para seu pior inimigo o sofrimento que ela passou.
E tudo porque se apaixonou. Na verdade, a história dela começa quando ainda era criança e foi estuprada e mal tratada fisicamente desde os 5 anos de idade por um familiar. Sua mãe era indiferente à filha, então o sofrimento parecia ficar ainda maior.

Quando tinha 12 anos, Karla estava perto de uma estação de metrô, na Cidade do México, quando uma criança chegou até ela e lhe deu um doce dizendo que outra pessoa havia pedido para entregá-lo. Minutos depois, um homem mais velho chegou e a surpreendeu com a forma diferente de falar e um carro que ela jamais havia visto antes.
Disse a ela que iriam conhecer lugares novos e a menina que sofria tanto nas mãos da família não pensou duas vezes em seguir o homem e sair de casa. Podemos pensar que foi inocência demais, porém ela não tinha nenhum familiar que se importasse a ponto de falar a coisa mais simples que uma criança deve ouvir: não falar com estranhos.

Foi morar com o rapaz, que virou namorado, de 22 anos na cidade de Tanancingo, que é o maior centro de tráfico humano do México, sem falar que é um dos maiores do mundo. As palavras bonitas do homem foram trocadas por ordens e Karla foi obrigada a prostituir começando o pior momento de sua vida.
A jovem, adolescente na época, trabalhava das 10 horas a manhã até depois da meia-noite. Era uma vida que ninguém merece ter. Durante quatro anos, viveu o pesadelo de dormir com 30 homens diferentes todos os dias da semana e, em contagem da própria, disse que foi estuprada cerca de 43.200 vezes. Alguns bem cruéis, riam alto quando a via chorando.

Seu namorado a batia e ameaçava; Culpava a moça de gostar do trabalho que fazia e de se apaixonar por clientes. Ela simplesmente não conseguia ir embora. Correr à polícia não adiantava, pois de acordo com relatos dela à CNN, os policiais eram corruptos e colaboravam com o tráfico.
Certo dia, quando estava no hotel, viu cerca de 30 policias que chegaram expulsando os clientes. Pensou que finalmente era outros que a resgataria dali, mas fizeram o contrário: eles mandaram todas as jovens, algumas com apenas 10 anos de idade, entrar nos quartos e filmaram-nas em posições comprometedoras ameaçando mandar os vídeos para os seus familiares se não fizessem o que ordenavam.

Tudo chegou ao fim apenas em 2008 quando Karla tinha 16 anos e com um filho do “namorado” que a levou para aquela vida. Foi resgatada pela operação antitráfico, realizada por uma unidade especial na Cidade do México. A jovem é apenas uma das vítimas do tráfico humano que contabiliza aproximadamente 20 mil mulheres e crianças no México todos os anos.
Atualmente, a mexicana deseja contar sua história para o mundo todo para que pais e até mesmo as próprias meninas se atentem a qualquer estranho. O mundo deve acordar para esse crime muitas vezes esquecido. Mulher merece respeito, algo que só hoje Karla conseguiu.
Fotos: Reprodução












