Alícia era uma jovem normal, bonita, ingênua e feliz no ano de 2002, quando tinha 13 anos. Seu irmão havia lhe apresentado na época alguns jogos online. Ela nem sempre jogava o mesmo que o seu irmão, mas gostava de conversar com outras pessoas de sua idade e achou um modo de se divertir com isso. Certo dia ela conheceu um menino do qual tinha alguns amigos em comum. Seus interesses batiam e logo uma amizade nasceu, como era de se esperar, ela começou a se abrir com ele e pedir alguns conselhos, além de desabafar muito e criar uma confiança encima do menino.

No revéillon daquele ano, Alicia estava com sua família em casa celebrando a entrada de um novo ano, eles iriam dividir uma refeição especial. Sua avó, pai, mãe, o irmão com a namorada… Talvez a menina não tivesse ideia de que essa seria uma das últimas memórias de uma infância feliz com sua família. Depois do jantar, Alícia disse que não estava se sentindo bem e que iria se deitar. Mas ao invés de fazer isso ela fugiu para encontrar seu novo amigo da internet. Esse comportamento não fazia parte de seu perfil, contudo, ela insistiu em ir ao encontro do rapaz. Pouco ela soube informar do que aconteceu naquela noite, apenas lembra que resolveu voltar para casa e quando ouviu seu nome sendo chamado, pouco tempo depois já estava dentro de um carro com um homem, que não chegava nem perto de sua idade. Alícia teve medo.
O sequestrador dirigiu durante 5 hoas, saiu da Pensilvânia e foi até Virgínia, cidades dos EUA. A menina foi colocada em um calabouço, despida e acorrentada com uma coleira no chão. O homem a estuprou, torturou e a espancou, após dizer: “Isso vai ser muito difícil pra você. Então, pode chorar.” Durante 4 dias ela foi vítima de abusos e protagonizou os vídeos que o estuprador gravou de si enquanto a estuprava. Os vídeos caíram na rede e uma das pessoas que assistiu essas cenas reconheceu Alícia que tinha sua imagem divulgada como desaparecida. Ele decidiu telefonar para a polícia, que por sua vez acionou o FBI, que descobriu o endereço de IP do agressor de Alícia. O homem foi identificado como Scott Tyree.

As autoridades levaram a adolescente novamente para sua família. Os traumas que ela sofreu foram gravíssimos e aos 14 anos ela decidiu se curar de tudo isso dividindo sua história para garantir a segurança de outras crianças que usam a internet. Foi assim que o Projeto Alícia nasceu, uma associação que tem o objetivo sensibilizar a sociedade em realção ao sequestro de meninos e meninas. Sua história também inspirou uma lei que tem o seu nome. Alícia assume que levou muito tempo para confiar novamente no sexo, contudo, no próximo ano ela pretende se casar logo depois que se formar. Ela estudou psicologia e agora termina seu mestrado.

Muito sucesso para Alícia, e muito amor no coração do mundo. Nós precisamos!












