Eduardo Foz, o homem que fez da sua casa o lar para animais silvestres
Eduardo Foz, 40 anos, tem uma vida fora do comum para muitas pessoas e que precisa de um bocado de coragem. Em sua casa, na capital paulistana, ele abriga mais de 30 animais silvestres que são criados como filhos pelo empresário. Com orgulho ele apresenta todos com ares paternais e faz com que a interação com diversas espécies seja um deslumbre aos olhos.
(Eduardo segurando a sua quati de 8 anos, Victória. Foto: redação)
No meio da maior metrópole da América Latina, Eduardo fez de seu lar um ambiente admirável e raro, onde conseguiu equilibrar a biodiversidade com sua vida agitada. O menino que começou tendo um peixe e uma tartaruga e que pediu ao pai um pavão de aniversário, mostra que sua paixão por animais ia além de uma simples empatia, é realmente um amor para a vida toda. Quem anda na agitada São Paulo nem imagina que no meio da cidade existe essa biodiversidade dentro de uma casa que abriga espécies lindas de aves e mamíferos.
(Tucano-do-bico-verde, chamado Dorota. Foto: redação)
(Eduardo e sua furão, Luna. Foto: redação)
Seu gasto mensal é de 300kg de ração e mais de uma tonelada de frutas e verduras variadas, sem falar nas despesas médicas e frequentes cuidados especiais que cada animal exige. A dieta deles é balanceada e acompanhada pelo veterinário André Crespã, que apoia as intenções de Eduardo de manter seus animais em casa.
O carinho com seus filhos é visível, Eduardo mantém disciplina e amor equilibrados. “Eles são crianças, precisa educar”, conta. Ele também deixa claro que isso não é um ato de luxo e que seu maior prazer é poder dar carinho e conviver com cada um de seus bichinhos.

(Com a pequena Chita nos ombros, Foto: via Instagram)
Na casa de Eduardo vive um quati de 8 anos convivendo ao lado de saguis, araras e outras aves silvestres, um cateto e até mesmo um furão. Essa foi sua maneira de mostrar que existe um equilíbrio na natureza que deve ser mantido por todos e que nós podemos fazer a nossa parte.
Ele conta que os animais foram todos adquiridos de criadouros comerciais e que ele não adota de outras fontes. Cada um deles tem suas identificações com chips e anéis, como por exemplo o Dorota, o tucano-de-bico verde, que tem sua identificação bem evidente. “Se não é criadouro comercial, é tráfico”, enfatiza.
(Anel de identificação em uma das aves. Foto: redação)
(Hora do lanche da cotia Isabelle. Foto: redação)
(Família de saguis, vivem livres e são bem cuidados. Foto: redação)
Todos os filhos de Eduardo têm nomes. A linda antílope Stephanie convive muito bem com suas irmãs cervos, Duda e Sofia. O cateto Vavá é considerado praticamente o fenômeno da casa, sobe no sofá e adora ver televisão junto do dono, sem falar que não consegue ficar sem dar um bom pulo na piscina.
Bella, uma linda bodercollie, é o “equilíbrio da casa”, segundo o empresário. “É ela quem ensina para eles o bom comportamento, dando o exemplo”, conta. “É muito saudável eles terem ela para se espelhar. Bella é muito inteligente”, afirma.
(Bella, sempre atenta em todos os seus irmãos de outras espécies. Foto: redação)
O ambiente foi todo pensado para que cada espécie tenha suas necessidade naturais atendidas, e para isso sua casa passou por mais de 20 reformas importantes de adaptação. A parte com terra é um dreno feito de granito em pó e a área é toda adaptada para que os animais tenham seu espaço com conforto.

(Eduardo cuidando de sua cervo Sophia, quando adotada ela tinha problemas no maxilar. Foto: via Instagram)
É notável que tudo é muito bem organizado, já que não existe nenhum cheiro desagradável para quem visita o local. “A casa é deles, eu sou visitante”, afirma. Inclusive, apesar de não ser aberto ao público, ele conta que muitos amigos e familiares trazem crianças para interagir com sua fauna privativa.
(Arara-severa, chamada Anita, vive com Eduardo há 21 anos. Foto: redação)
(Vavá, o cateto, não resiste a um bom afago do dono. Foto: redação)
Quando questionado sobre as críticas que recebe, ele lamenta o fato de que ao invés de doarem alimentos aos animais que ele cria, as pessoas se preocupam mais em falar mal de uma situação que não conhecem direito. Ele conta também que vê muitos casos de feirantes que jogam fora alimentos que ainda servem para o consumo de alguns bichos, o que gera uma dificuldade maior ainda em manter sua iniciativa.
(Parte do estoque de comida destinado aos animais. Foto: redação)
A pretenção futura- que está começando a se encaminhar- do empresário é levar essa iniciativa para Trancoso, na Bahia, criando um santuário que cuidará desses tipos de animais e que também será um meio colaborativo com as comunidades locais. Se você quiser conhecer mais sobre a vida de Eduardo e seu amor maravilhoso por animais, pode conhecer sua página, ZooLife no Facebook e no seu Instagram. Ele também aceita doações, mas nunca de dinheiro, apenas de comida e ração.
Eduardo nos dá um exemplo claro de que amor e dedicação aos animais é um ato de reciprocidade com a natureza, que perfeita, nos oferece absolutamente tudo. Ao vê-lo falando com seus companheiros como membros da família, dando amor sincero e colo, fica mais evidente o fato de que somos todos membros de uma casa gigantesca que precisa de atos de caridade com todas as espécies.
(Dorota, obediente e atento aos comandos de Eduardo. Foto: redação)
Ele mesmo afirma que ao adquirir um animal é importante pensar no tempo que ele viverá e os cuidados necessários para oferecer uma vida saudável, reflexo de uma responsabilidade socio-ambiental que ele assumiu e cumpre com maestria. Como recompensa ele recebe o olhar cheio de carinho de cada um dos animais que vive na casa, esta, que carrega em si uma beleza que vai além da decoração de bom gosto, carrega ares de gratidão em cada centímetro.

