“A resposta é não”, adianta o professor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto e dirigente da Associação Portuguesa de Nutrição, Nuno Borges.
O nutricionista esclareceu, que “o pH do sangue é um parâmetro estritamente regulado pelo nosso organismo”, ou seja, “o que comemos no dia a dia não faz alterar significativamente o pH sanguíneo”, embora possa alterar “o pH da urina”.
Aliás, sustenta o especialista, “mal estaria o nosso organismo se a ingestão de um alimento mais ácido ou mais alcalino alterasse significativamente o pH sanguíneo”. Borges explica que quando o pH do sangue (que deve rondar os 7,3 ou 7,4) se altera é sinal de que “estamos doentes”.
No mesmo documento, refere-se que, “onde o aumento de pH parece ser maior em resposta a uma dieta alcalina é na urina (1,02 unidades)”.
A água alcalina é mais saudável?
Quanto às alegações de que a água que se ingere deve ter também um pH mais elevado, Borges considera que esta ideia é “mais uma moda” sem sustentação científica e recorda que “o importante é beber água, seja ela mais alcalina ou mais ácida”.
A dieta alcalina é superior a outras dietas e ajuda a prevenir doenças?
Na perspetiva do nutricionista, não existe evidência científica suficiente para considerar a dieta alcalina um regime alimentar superior, por exemplo, à dieta mediterrânica.
O especialista lembra, contudo, que este tipo de alimentação tem alguns “componentes saudáveis”. Como por exemplo as “hortícolas e frutas” e a “substituição de produtos refinados por produtos mais integrais”.
Mas, segundo ele, a vantagem destes alimentos não está relacionada com o seu ph.
Por isso, exemplifica, dizer que determinados alimentos são melhores para a saúde por terem um ph mais elevado “é o mesmo que dizer que alguns artigos de supermercado são mais saudáveis porque são frescos”.
Ora, “as frutas e os frescos são mais saudáveis, mas não por começarem pela letra f nem nada que se pareça”, conclui.












