Um caminhão com 44 mil litros de álcool tombou no quilômetro 33 da BR-277, em Morretes, no litoral do Paraná no último domingo dia 3. O acidente aconteceu porque a carreta teria ficado sem freios, segundo o depoimento do caminhoneiro responsável. O taque explodiu e queimou oito carros na pista, gerando cinco mortos.
Dentre as vítimas estava Luís Carlos da Silva, pai de uma criança de 17 dias, que foi identificada como Maria Fernanda. Luís teria entregue sua filha para o dentista Sergio Schacht, que havia parado na beira da estrada na hora do acontecimento. Em depoimento ao Jornal Nacional, ele afirma que um homem com queimaduras se aproximou dele enquanto carregava uma criança. “Ele veio, eu peguei o bebê, ele ‘desmoleceu’. Eu peguei o bebê já embaixo dele assim e subi. Quando eu subi cinco, seis passos pra cima, aquilo fez ‘shhhhhh’ e subiu o fogo ali. E depois começou a subir cada vez mais e explodir as coisas”, conta Sergio, que levou a criança para um matagal e não viu mais o homem que havia lhe entregue a menina.
“A criança ficou no meu colo direto, até o bombeiro chegar, e entreguei a criança para o bombeiro”, afirma o dentista. Maria Fernanda foi levada para um hospital em Curitiba e foi identificada pela avó que apareceu na tarde seguinte dando os dados do pai e da menina. Os médicos afirmam que ela não teve nenhum ferimento e passa bem. “Apareceu uma senhora se dizendo ser avó da criança. Esta criança tinha umas manchas de nascimento que só quem conhecesse poderia identificar. A avó descreveu certinho estas lesões, então confirmou que ela conhecia o bebê”, diz o diretor do Hospital Evangélico, Gilberto Pascolat.
Maria Fernanda perdeu também a mãe, Caroline Fernanda Martins, que estava junto de Luís no carro na hora do acidente e foi encontrada no início da noite de resgates. Sérgio sentiu a importância de seu ato e fez uma declaração emocionante:“Deus coloca você na hora certa. Eu tenho certeza que isso foi um milagre”.
