Best Of Web

O botão mágico que leva as melhores historias a seu Facebook.

Best Of Web

O botão mágico que leva as melhores historias a seu Facebook.

drogas

Drogas com sabores atrativos: o novo desafio no combate ao uso entre jovens

Um novo perigo disfarçado de doce: drogas saborizadas atraem jovens e acendem alerta entre especialistas

Aparência inofensiva, consequências graves

Bastam alguns segundos nas redes sociais para encontrar adolescentes exibindo cigarros eletrônicos com aroma de frutas, balas com cannabis ou bebidas com alto teor alcoólico, mas sabor suave. Essas são as chamadas drogas saborizadas — substâncias com gosto adocicado, aparência inofensiva e formatos que imitam produtos comuns do dia a dia. Embora pareçam inofensivas, elas carregam riscos sérios à saúde física e mental dos jovens, além de dificultarem a identificação por pais e educadores.

Leia Mais:

Por dentro da geração Z: o que os astros dizem sobre esses jovens

O que são as drogas saborizadas?

Uma camuflagem perigosa

Drogas saborizadas são substâncias psicoativas manipuladas para terem sabor, aroma e visual mais atrativos, principalmente para adolescentes e jovens adultos. Esses produtos vão desde cigarros eletrônicos com essências frutadas até balas com THC (substância ativa da maconha), bebidas coloridas de alto teor alcoólico e até doces misturados com estimulantes.

Exemplos comuns no Brasil

  • Cigarros eletrônicos com sabores de frutas: muitas vezes contendo nicotina em altas doses, usados como porta de entrada para o tabagismo.
  • Balas e chicletes com cannabis: facilmente confundidas com doces comuns, podem conter concentrações elevadas de THC.
  • Bebidas adoçadas com álcool: como os “coolers” e “drinks prontos”, que mascaram o gosto do álcool.
  • Pó ou comprimidos com sabores artificiais: usados em festas, muitas vezes contendo MDMA, LSD ou outras substâncias sintéticas.

Por que essas drogas atraem adolescentes?

Sabor agradável e marketing jovem

O sabor doce e o visual moderno tornam essas drogas mais atraentes do que as tradicionais. Muitas marcas utilizam embalagens coloridas e linguagem informal, explorando estratégias de marketing que se conectam diretamente com o público jovem.

Menor percepção de risco

O formato disfarçado dessas substâncias contribui para uma falsa sensação de segurança. Ao consumi-las como se fossem doces ou bebidas comuns, muitos jovens não percebem que estão ingerindo drogas com alto potencial de dependência e efeitos colaterais graves.

Pressão social e influência digital

Influenciadores digitais e conteúdos viralizados nas redes sociais contribuem para normalizar o uso dessas substâncias. Em festas, baladas e encontros sociais, o consumo das drogas saborizadas se torna um símbolo de integração e status, o que reforça o comportamento de risco.

Os perigos das drogas saborizadas

drogas
Imagem – drobotdean/Freepik

Danos à saúde mental

A adolescência é uma fase crítica para o desenvolvimento neurológico. O uso de drogas nessa fase pode afetar estruturas cerebrais responsáveis por memória, atenção, tomada de decisão e regulação emocional.

Possíveis efeitos colaterais:

  • Redução da capacidade cognitiva
  • Ansiedade e depressão
  • Distúrbios de sono
  • Risco de episódios psicóticos

Efeitos físicos e dependência

Substâncias químicas saborizadas muitas vezes são absorvidas rapidamente pelo organismo, o que potencializa seus efeitos e aumenta o risco de overdose. Além disso, o uso constante pode levar à tolerância e à necessidade de doses cada vez maiores.

Riscos físicos comuns:

  • Danos ao fígado e rins
  • Problemas respiratórios
  • Alterações no ritmo cardíaco
  • Quadro de dependência química em curto prazo

Falta de regulamentação

No Brasil, muitos desses produtos são vendidos sem controle rigoroso. A ausência de fiscalização permite que substâncias perigosas sejam comercializadas sem rótulo adequado ou informação clara sobre sua composição, colocando os consumidores em risco ainda maior.

Como identificar o uso?

Mudanças comportamentais

Pais e responsáveis devem estar atentos a sinais como alterações bruscas de humor, queda no desempenho escolar, isolamento, mudança nos círculos sociais e odor diferente nas roupas ou no quarto.

Objetos suspeitos

Produtos como vaporizadores, frascos coloridos, doces fora do comum ou embalagens sem identificação podem indicar o uso dessas substâncias.

O que pode ser feito para prevenir?

Educação e informação

Incluir a temática das drogas saborizadas em campanhas de prevenção dentro de escolas, redes sociais e espaços comunitários é fundamental. Os jovens precisam entender que o risco não está apenas nas substâncias “clássicas”, mas também naquelas que parecem inofensivas.

Diálogo familiar

A abertura para conversas honestas e sem julgamentos dentro de casa ajuda os adolescentes a tirarem dúvidas, expressarem suas angústias e se sentirem mais seguros para recusar convites ao uso de substâncias.

Apoio psicológico

Quando há suspeita ou confirmação do uso, o suporte emocional é essencial. A busca por acompanhamento psicológico ou grupos de apoio especializados pode evitar que o uso esporádico evolua para dependência.

Ações do poder público

É urgente que o poder público aumente a fiscalização sobre a venda desses produtos, promova campanhas educativas em larga escala e imponha regras mais rígidas de rotulagem e comercialização.

A influência das redes sociais

Conteúdos que romantizam o consumo

Plataformas como TikTok, Instagram e YouTube estão repletas de vídeos que mostram o consumo dessas substâncias de forma divertida, sem mencionar os riscos. Isso cria uma cultura de normalização e reduz a percepção de perigo.

Necessidade de regulação

Especialistas defendem que as redes sociais tenham políticas mais rígidas para proibir ou sinalizar conteúdos que incentivem o uso de substâncias químicas, especialmente entre menores de idade.

Considerações finais: uma ameaça disfarçada de novidade

Drogas saborizadas representam um fenômeno moderno que exige atenção redobrada de pais, educadores, profissionais de saúde e formuladores de políticas públicas. Sua aparência inofensiva esconde perigos sérios para a saúde mental e física dos jovens, além de dificultar a identificação precoce do consumo.

Prevenir é mais eficaz do que remediar. A informação correta, o diálogo constante e o apoio emocional são as ferramentas mais poderosas no combate a esse novo tipo de ameaça que, embora doce no paladar, amarga no futuro.

Se não for enfrentado com firmeza agora, o problema pode ganhar proporções ainda maiores nas próximas gerações. A responsabilidade é coletiva, e o tempo de agir é agora.

Rolar para o topo