Para muitos, nada é mais libertador do que a arte. Com um lápis ou um pincel, mentes que sentem presas – às vezes dentro delas mesmas – experimentam a sensação de se manifestar de forma livre e intensa.
Diagnosticada com esquizofrenia, uma jovem chamada Kate, de 18 anos, convive com rótulos, estereótipos e toda a ignorância de quem escolhe julgá-la pela doença ao invés de compreendê-la.
E conforme sua saúde mental foi se comprometendo, Kate viu na arte um caminho para se estabilizar. Seus desenhos são fortes, e para alguns, sombrios, mas retratam como ela se sente e como se vê em razão da doença. E vale mais do que a pena buscar entender sua mensagem.
“Eu desenho muitas das minhas alucinações. E os desenhos me ajudam a lidar com elas.”
“Nas minhas alucinações eu ouço vozes, efeitos sonoros e ruídos aleatórios. E muitas vezes eu vejo rostos e olhos desencarnados.”
“Tenho alucinações com insetos frequentemente, e minha depressão faz eu me sentir inútil como uma mosca. As ilustrações de insetos representam a minha cabeça.”
“Eles rastejam e fazem ruídos. Eu os vejo rastejar para debaixo das coisas”
“Este é um auto-retrato. Eu olhei no espelho e meus olhos enxergaram essa coisa. Eu a pintei.”
“Eu tenho muitas emoções intensas. E ouço vozes me pedindo para pôr fogo nas coisas”
“Esse é um exemplo dos olhos que eu vejo. Eles estão na superfície das coisas, nas paredes e nos pisos. E eles se movem”
“Esta é Birdie. Ela canta para mim.”
“Minha autoestima está baixa e eu me sinto insignificante. Eu queria me sentir uma pessoa ‘mais bonita”
“Organização, comunicação, paranoia, depressão, ansiedade e controle das minhas emoções são as maiores lutas que enfrento”
“O que eu vivo não é simples e pode ser debilitante, mas eu não estou nas ruas gritando sobre alienígenas. Isso não quer dizer que todos com a doença estão em estado tão grave – mas há quem esteja. Há penas como eu que apenas querem passar a maior parte do tempo no quarto. É um espectro de sintomas com diferentes graus de gravidade. A experiência de cada pessoa é única”, diz Kate.
Uma doença que atinge a mente não é brincadeira, não é frescura, não é querer chamar atenção e não é “coisa de gente revoltada”. Embora tantos enxerguem assim.