Alunos do ensino fundamental da Escola Municipal Aurino Nunes, em Teresina, fazem uma fila todas as manhãs para rezar o Pai Nosso antes de entrar em aula.
Irene Maria da Silva, vice-diretora da instituição, revela que a oração acontece desde 1986 com o intuito de levar conforto ao coração dos jovens, educá-los e torná-los menos violentos para o mundo.
— Aqui os alunos têm uma fezinha em Deus. Após o Pai Nosso, fazemos uma palestra sobre o que se passa na comunidade. Eles obedecem demais e já sabem o Pai Nosso decorado. Sou religiosa, e todas as escolas deveriam começar as aulas com uma oração — defendeu Irene ao jornal O Globo.
No entanto, os jovens evangélicos revelam que os pais não gostam que eles rezem na escola, pois a prática vai contra seus princípios.
Suely Feitosa, mãe de duas crianças, afirma que “que a escola tem várias crianças que são de outra religião, o que fica desagradável para a formação psicológica dos alunos”.

Um dos casos de grande repercussão sobre as orações em sala de aula é do estudante Ciel Vieira. Em 2012, após se recusar a rezar, a professora o conduziu para a diretoria dizendo que “o jovem não tinha Deus no coração e, portanto, nunca seria ninguém na vida”.
Ciel levou o caso para a Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos que, por sua vez, foi à Justiça resolver a situação. Dias depois, as orações foram suspensas da escola de Ciel.
— Desconhecer que o estado é laico é falta de estrutura da escola. As pessoas se reprimem normalmente e não têm a coragem que tive. Meu objetivo principal foi mostrar que, apesar de ser minoria temos uma força grande — disse Ciel.

Em contrapartida, há muitos que defendem a ideia de transformar a reza em lei. Em 2012, a Câmara Municipal de Ilhéus (BA) fez de tudo para implementar a lei na qual todos os estudantes deveriam rezar o Pai Nosso diariamente antes das aulas.
No entanto, o Ministério Público Estadual veio a público banir essa lei “por afrontar diretamente a liberdade de religião e culto”.
Em seu blog, o jornalista Daniel Thaeme foi contundente em suas afirmações: “Nada contra o Pai Nosso, mas onde fica a liberdade religiosa, garantida pela Constituição, que assegura inclusive o direito de não se ter religião alguma? Qual seria a reação se um vereador, muçulmano convicto, propusesse que fosse obrigatória a leitura da Sura de Abertura, texto sagrado que os seguidores de Alá rezam cinco vezes ao dia, sempre voltados para Meca?”

Assunto polêmico, não?
E você?! Concorda em tornar a oração obrigatória em todas as escolas?












