Aos 82 anos, o norte-americano Frank J. Kerrigan recebeu a pior notícia possível para um pai: seu filho, que herdou o seu nome, Frank, 57, foi encontrado morto. O rapaz estava nas ruas e era portador de problemas mentais.
Assim que o triste fato se espalhou, a tristeza se apossou do coração da família, que logo preparou um emocionante funeral – que custou 20 mil dólares (hoje, pouco mais de R$ 66 mil) – após as entidades forenses determinarem, por meio de impressões digitais, que o corpo encontrado realmente era de Frank.
Então, depois de um último olhar com a visão turva e embaçada pelas lágrimas que tomaram conta de seu rosto, o pai fechou o caixão do filho.
Contudo, a história não terminaria por aí.

O momento de dor e sofrimento não fez com que os familiares não notassem alguns detalhes estranhos. Um exemplo: havia vários objetos em posse do corpo, mas nenhum pertencia a Frank. Para falar a verdade, alguns parentes do rapaz morto até chegaram a perceber isso, mas como argumentar contra a prova das impressões digitais?!
E onze dias após as cerimônias fúnebres, uma ligação mexeria profundamente com o pai. Após atender, Kerrigan se sentiu atordoado, com o coração disparado e batendo tão intensamente que, quem estivesse ao seu redor, poderia ouvi-lo. Do outro lado da linha, foi dito: “Olá, papai”.
A primeiro momento, pensaram ter se tratado de um trote, mas ao lado de Frank durante a ligação estava Bill Shinkler, um amigo da família. Nesta hora, um turbilhão de sentimentos passou pela cabeça do pai, mas, mesmo com tudo o que os dias anteriores lhe haviam reservado, uma certeza ele tinha: falou com o seu filho.

E tal certeza se concretizou ainda mais quando seu advogado foi tirar satisfação com o escritório forense que determinou que Frank estava morto. A verdade é que as impressões digitais do corpo sequer foram analisadas. Os “especialistas” concluíram que o filho de Kerrigan foi a óbito por ter, simplesmente, uma carteira de motorista dele perdida por perto. Optaram pelo caminho mais fácil e errado possível.
“Por um erro, nós enfrentamos de perto o nosso pior medo”, disse a irmã de Frank, Carole Meikle.
A família, agora, planeja entrar com uma ação judicial contra os peritos e o caso está sendo investigado pelas autoridades, que ainda não determinaram a verdadeira identidade do homem que foi enterrado no lugar de Frank.












