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Desemprego entre jovens no Brasil tem queda histórica e aponta sinais de recuperação no mercado de trabalho

O mercado de trabalho brasileiro passa por uma transformação significativa, especialmente entre os mais jovens. Após anos de altas taxas de desemprego entre pessoas de 14 a 24 anos, o país apresenta uma tendência de melhora considerável. Segundo dados recentes, a taxa de desocupação nesta faixa etária caiu quase pela metade entre 2019 e 2024.

A queda no índice de desemprego juvenil sinaliza um avanço importante no processo de inclusão produtiva, refletindo não apenas a recuperação econômica pós-pandemia, mas também os efeitos de políticas públicas e programas de capacitação voltados à juventude.

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O novo cenário do desemprego jovem no Brasil

Redução expressiva em cinco anos

Entre o final de 2019 e o final de 2024, o percentual de jovens desempregados caiu de 25,2% para 14,3%. Isso representa uma diminuição de aproximadamente 50% na taxa de desocupação para brasileiros entre 14 e 24 anos. Em termos absolutos, o número de jovens sem ocupação caiu de 4,8 milhões para cerca de 2,4 milhões.

Esse desempenho positivo coloca o Brasil em um patamar mais estável no que diz respeito ao emprego jovem, embora os números ainda sejam desafiadores se comparados à média nacional.

Queda também na informalidade

Outro dado relevante é a leve queda na informalidade entre os jovens ocupados, que passou de 48% para 44%. Apesar de ainda ser um número alto, a redução aponta para uma transição gradual rumo a empregos com carteira assinada e melhores condições trabalhistas, o que também melhora a segurança social desse grupo.

O que contribuiu para a queda do desemprego entre jovens?

Expansão de programas de inserção profissional

Nos últimos anos, houve uma ampliação significativa dos programas voltados à inclusão de jovens no mercado de trabalho. Estágios, programas de aprendizagem e parcerias entre empresas e instituições de ensino foram fundamentais nesse processo.

O número de estagiários aumentou de forma expressiva, passando de 642 mil em 2023 para 990 mil no início de 2025. A participação feminina foi destaque: 64% dos estagiários são mulheres, indicando um avanço também na inclusão de gênero no mercado.

Recuperação econômica e geração de empregos

O reaquecimento da economia brasileira nos últimos dois anos favoreceu a criação de novas oportunidades, especialmente em setores que tradicionalmente absorvem mão de obra jovem, como comércio, serviços e tecnologia.

Um exemplo disso foi o mês de fevereiro de 2025, quando mais de 430 mil novas vagas com carteira assinada foram abertas, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Esse número é um dos maiores registrados no país para um único mês.

Regiões que mais reduziram o desemprego jovem

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Edição – Bestofweb/Canva

Sudeste, Sul e Centro-Oeste lideram a recuperação

Algumas regiões do país apresentaram desempenho acima da média nacional na queda do desemprego entre jovens:

  • Sudeste: de 26,5% para 14,0%
  • Sul: de 17,5% para 8,2%
  • Centro-Oeste: de 23,5% para 12,5%

Essas regiões contam com maiores investimentos em infraestrutura, polos industriais diversificados e programas estaduais de incentivo à contratação de jovens.

Desigualdades persistem no Norte e Nordeste

Apesar do avanço em todas as regiões, o Norte e o Nordeste ainda enfrentam taxas de desemprego juvenil mais elevadas:

  • Nordeste: de 29,3% para 18,9%
  • Norte: de 21,9% para 14,7%

A diferença regional evidencia a necessidade de políticas públicas mais específicas para essas áreas, com foco na interiorização de oportunidades e acesso à qualificação profissional.

Jovens que não estudam nem trabalham: o desafio dos “nem-nem”

Perfil e quantidade dos “nem-nem”

Um dos indicadores mais preocupantes continua sendo o número de jovens entre 18 e 24 anos que não estudam nem exercem atividade remunerada — os chamados “nem-nem”. Em 2025, essa população é estimada em 5,3 milhões de pessoas. Embora represente uma melhora em relação a anos anteriores, ainda é um número alto e que exige atenção.

O perfil predominante dos “nem-nem” inclui mulheres jovens, especialmente as que são mães precoces ou que enfrentam dificuldade de acesso à educação de qualidade e creches para seus filhos.

A importância da inclusão educacional

Especialistas alertam que a combinação entre desemprego e evasão escolar compromete o futuro profissional desses jovens. Por isso, medidas integradas entre educação e empregabilidade são fundamentais. Entre as soluções propostas, estão:

  • Expansão da educação profissional técnica
  • Políticas de incentivo à conclusão do ensino médio
  • Programas de reinserção escolar com bolsa de permanência

O papel da tecnologia e do empreendedorismo jovem

Novos caminhos para a juventude

Com o avanço das tecnologias digitais, muitos jovens têm buscado alternativas ao emprego formal. Plataformas de serviços, redes sociais e startups se tornaram meios viáveis de geração de renda.

Além disso, programas de capacitação em áreas como marketing digital, programação, design e atendimento ao cliente têm ajudado jovens a se posicionar melhor no mercado ou a empreender de maneira autônoma.

Apoio a microempreendedores

O acesso facilitado ao Microempreendedor Individual (MEI), especialmente com incentivos de formalização e crédito para pequenos negócios, também tem contribuído para a redução da desocupação entre jovens com perfil empreendedor.

Perspectivas para o futuro

Consolidação de políticas públicas

Para manter o ritmo de redução do desemprego entre jovens, será essencial consolidar e expandir os programas que deram resultado. Isso inclui:

  • Manutenção de incentivos fiscais para empresas que contratam jovens aprendizes
  • Fortalecimento do Sistema S (Senai, Senac, Sebrae, etc.)
  • Ampliação do acesso ao ensino técnico e profissionalizante

Adaptação às novas exigências do mercado

O mercado de trabalho está em transformação, com novas habilidades sendo exigidas, especialmente nas áreas digitais. Preparar os jovens para essas demandas significa investir em educação de qualidade, conectividade e formação continuada.

Considerações finais

A queda do desemprego entre jovens no Brasil é um dos sinais mais positivos dos últimos anos no cenário trabalhista. Com quase metade da taxa reduzida em cinco anos, o país começa a ver os frutos de políticas públicas bem direcionadas e da retomada econômica.

No entanto, o desafio ainda é grande, especialmente nas regiões mais vulneráveis e entre os jovens que permanecem fora da escola e do mercado de trabalho. Para que essa geração possa ter um futuro promissor, será necessário garantir acesso à educação de qualidade, inclusão produtiva e oportunidades reais de desenvolvimento profissional.

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