É de lei que, praticamente tudo aquilo que para nós é inofensivo, pode representar um grande e perigoso risco aos bebês. E um bom exemplo dessa máxima ocorreu no Bairro Mata do Segredo, em Campo Grande (MS), quando uma criança de apenas 8 meses quase protagonizou uma tragédia ao se engasgar com o volante de um carrinho de brinquedo que a fez ficar inconsciente após ela perder a respiração.
O cenário só não ficou pior para o bebê graças a ação rápida do cabo da Polícia Militar Sidinei Barbosa, que pôs em prática os conhecimentos médicos que aprendeu na corporação para salvar a vida do menino. “Estava arrumando o telhado de casa naquela manhã quando de longe vi um menino correndo. Ele tava batendo de porta em porta e ninguém o atendia, mas quando chegou na minha resolvi ver o que era”, comentou o policial ao Campo Grande News.
De acordo com o policial, o menino estava desesperado e chorava enquanto pedia ajuda para seu sobrinho que engasgava com o brinquedo: “O menino pediu para que eu levasse o sobrinho para o hospital de carro. Mas, pela experiência eu sabia que se estava engasgado o bebê não aguentaria chegar até uma unidade de saúde”, relatou o oficial.
Assim que saiu de sua casa para atender a criança, Sidinei, a princípio, se assustou ao ver as condições do menino: “A mãe estava desesperada com o bebê nos braços. Ele estava roxo e não conseguia respirar. Lembrei do meu treinamento sobre primeiros socorros, virei o bebê quase de cabeça para baixo e soquei suas costas com o punho fechado para tentar fazê-lo desengasgar”, relembrou.
Foi quando a criança começou a chorar que todos ali sentiram um imenso alívio, mas o problema não estava solucionado, pois a peça do brinquedo ainda não havia sido cuspida. “Outro vizinho de aproximou e ofereceu seu carro para levarmos o bebê ao hospital. O caminho deve ter durado cerca de 10 minutos, que foram os mais longos da minha vida. Tudo que eu pensava era que não podia perder aquela vida”, disse Sidinei, que conta que durante o caminho o bebê perdeu a sua respiração por mais três oportunidades, o que o obrigava a repetir o procedimento médico de dar pequenos socos em suas costas: “A mãe chorava muito, porém eu estava otimista de que iríamos conseguir e foi o que aconteceu”.
Assim que chegaram à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), o menino foi imediatamente atendido e teve o objeto, enfim, arrancado de sua garganta. O caso emocionou o policial que, mesmo não sendo pai, sentiu na pele o drama vivido pela família: “Era apenas uma pecinha, que deveria ser para divertir. Fui no mesmo dia visitar meus sobrinhos e os abracei. Em nove anos como policial militar nunca tinha enfrentado uma situação como esta”.
