Quatro anos após o lançamento de “Anônimo” (Nobody), o público retorna ao universo de Hutch Mansell. A sequência, “Anônimo 2”, aposta novamente na mistura de violência estilizada, humor sarcástico e personagens excêntricos para conquistar os fãs do gênero. Com direção de Timo Tjahjanto, especialista em ação frenética, o filme chegou aos cinemas em agosto de 2025 e rapidamente chamou a atenção pela ousadia visual e pelo elenco de peso, liderado por Bob Odenkirk.
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Enredo: uma tentativa falha de descanso
Premissa central
Hutch Mansell, o anti-herói que já havia conquistado o público por ser um “homem comum” com habilidades letais escondidas, tenta viver dias tranquilos ao lado da família. No entanto, um incidente aparentemente trivial desencadeia novos conflitos. O que seria um período de paz transforma-se em uma sucessão de batalhas e perseguições, provando que a violência nunca está muito distante de sua rotina.
A narrativa
A história segue o tom de humor ácido e ironia característicos do primeiro longa, mas acrescenta camadas sobre envelhecimento, família e identidade. O protagonista, mesmo cansado e com marcas da idade, continua a surpreender inimigos e espectadores com sua resistência e inteligência estratégica.
Direção e estilo
O olhar de Timo Tjahjanto
Conhecido por filmes de ação de alta intensidade, Timo Tjahjanto traz ao longa um ritmo acelerado, planos de câmera dinâmicos e coreografias sangrentas, sem perder clareza na narrativa visual. As lutas são construídas para que o espectador sinta o impacto físico de cada golpe, criando uma sensação de realismo desconfortável.
Fotografia e trilha sonora
A fotografia aposta em contrastes fortes, especialmente em cenas noturnas, realçando tanto os ambientes urbanos quanto os cenários fechados de combate. A trilha sonora de Dominic Lewis mistura tensão e ironia, pontuando momentos de explosão e também as pausas necessárias para respiro dramático.
Elenco
Bob Odenkirk no comando
Mais uma vez, Bob Odenkirk mostra versatilidade. Seu Hutch não é um herói típico: exibe fragilidade, ironia e humanidade, mas também brutalidade quando necessário. Esse equilíbrio é o que torna o personagem tão atraente e imprevisível.
Sharon Stone como antagonista
A grande novidade da sequência é Sharon Stone, que interpreta uma vilã extravagante e perigosa. Sua presença carismática adiciona sofisticação à narrativa, criando uma oponente à altura do protagonista.
Apoio sólido
O elenco secundário reforça a trama com eficiência. Connie Nielsen retorna como a esposa de Hutch, trazendo profundidade ao núcleo familiar. Christopher Lloyd oferece alívio cômico em meio ao caos, enquanto RZA e John Ortiz completam o time com atuações consistentes.
As cenas de ação
Coreografias e ritmo
As sequências de luta são o ponto alto de “Anônimo 2”. Bem ensaiadas, combinam artes marciais, combate corpo a corpo e tiroteios em cenários variados. A montagem valoriza a clareza dos movimentos, sem cortes excessivos, o que facilita a imersão do espectador.
Comparação com o primeiro filme
Enquanto o longa original apresentava Hutch redescobrindo seu passado violento, a continuação já parte do pressuposto de que ele não pode escapar dele. Isso dá espaço para cenas mais ousadas e criativas, sem precisar perder tempo em explicações.
Humor e ironia
O humor permanece como uma marca registrada da franquia. Entre diálogos ácidos e situações absurdas, Hutch transita entre sarcasmo e resignação, arrancando risadas em meio à violência extrema. Essa combinação é um dos principais diferenciais do longa em relação a outros filmes de ação.
Pontos fortes e fracos

Pontos fortes
- Atuação sólida de Bob Odenkirk.
- Direção ágil e cenas de ação empolgantes.
- Sharon Stone entrega uma vilã memorável.
- Equilíbrio entre violência e humor.
Pontos fracos
- Trama simples, sem grandes reviravoltas.
- Alguns coadjuvantes aparecem pouco desenvolvidos.
- A curta duração (menos de 90 minutos) pode deixar a sensação de que faltou aprofundar a narrativa.
Recepção e impacto
Críticos e fãs destacam a consistência da sequência: “Anônimo 2” não reinventa o gênero, mas entrega exatamente o que promete — um espetáculo de ação, sarcasmo e ritmo eletrizante. Para muitos, a escolha de Tjahjanto como diretor deu um fôlego extra à franquia, que pode se expandir em futuros capítulos.
Considerações finais
“Anônimo 2” confirma que Hutch Mansell é um anti-herói que veio para ficar. Combinando violência estilizada, humor ácido e personagens fortes, o longa mantém o frescor da franquia e entrega um entretenimento de qualidade para os fãs do gênero. Embora a trama não seja complexa, a execução é precisa e a diversão é garantida.
O resultado é um filme que consolida Bob Odenkirk como um rosto inesperado, mas cativante, do cinema de ação contemporâneo.













