Contra a vontade dos pais, Justiça Britânica autoriza médicos a desligarem os aparelhos de bebê com doença incurável
Após uma verdadeira batalha judicial, a Justiça Britânica autorizou os médicos a desconectarem os aparelhos vitais que mantém o pequeno Charlie Gard, de apenas oito meses, vivo. O bebê é portador de uma rara doença genética, que de acordo com o porta-voz do hospital onde ele está internado desde outubro de 2016, é “complexa e incurável”.
A decisão tomada vai contra a vontade dos pais de Charlie e está gerando muita polêmica no Reino Unido. A corte levou em consideração o argumento do Hospital Geral Ormond Street de Londres, que alegou “dano irreversível”. Assim, a decisão oficial permite que os médicos suspendam o tratamento que mantém a criança viva praticamente desde seu nascimento.
A advogada de defesa do casal, Laura Hobey-Hamsher, alegou que os pais estão arrasados e não conseguem entender o porque da decisão tomada. Ela afirma que o juiz sequer deu a Charlie a chance de passar por um tratamento.
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Foto: iStock / Thinkstock
Após a decisão, o pai do menino, Chris Gard, não conteve a emoção e gritou: “Não”. Na sequência, abraçado com a esposa, Connie Yates, os dois desabaram em lágrimas diante do tribunal.
O juiz Nicholas Francis, responsável pelo veredito, afirmou que a decisão foi tomada “com um enorme aperto no coração”, porém, com “absoluta convicção” de estar fazendo o melhor para o bebê, que “merece uma morte digna”. E ele também ressaltou os esforços dos pais na campanha que criaram para arrecadar fundos para o tratamento do filho: “Quero agradecer aos pais de Charlie por sua campanha valente e digna em seu nome, mas, principalmente, prestar homenagem à sua total dedicação ao seu maravilhoso filho, desde o dia em que nasceu”, completou.
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O casal Chris Gard e Connie Yates – Foto: PA
Charlie nasceu saudável, mas após poucas semanas, começou a perder peso e força, até que foi diagnosticado com miopatia mitocondrial, uma doença que causa perda progressiva de força muscular. Ele precisava de tratamento 24 horas no hospital e, durante o julgamento, uma das médicas explicou que o menino já não é mais capaz nem de ouvir e nem de se mexer e que por tal, está sofrendo de forma desnecessária.
Esta não é a primeira vez que o juri britânico toma uma decisão como essa. Em 2015, um juiz também foi contra o desejo dos pais e autorizou que os aparelhos de uma menina que sofreu danos cerebrais irreversíveis durante o parto fossem desligados.
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Foto: PA
E você, é a favor ou contra a decisão tomada pelos juiz?


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O casal Chris Gard e Connie Yates – Foto: PA
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