Consumo de antidepressivos por crianças aumenta drasticamente no mundo. E o problema merece atenção

Nos últimos 15 anos, o número de pacientes que usam antidepressivos nos Estados Unidos cresceu em mais de 65%. E o dado é alarmante. Fragilizada, a saúde emocional se tornou tema cada vez mais abordado de novas pesquisas e estudos, principalmente pelo aumento de casos de depressão, síndrome do pânico, esquizofrenia e outros problemas ao redor do mundo. O que chama a atenção no aumento do número de usuários dos medicamentos é o fato de boa parte deles serem crianças. Cada vez mais crianças precisam de antidepressivos.

Para se ter uma ideia, nos últimos anos, no Reino Unido, as drogas contra a depressão prescritas para os pequenos subiu 50%. Na Dinamarca, a estatística é ainda maior e atinge a casa dos 60%, enquanto nos EUA, país que lidera o consumo de antidepressivos no mundo (a cada 1000 pessoas, 110 usam o medicamento, segundo dados da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico do país), o crescimento foi de 17% nos casos infanto-juvenis. Os números preocupam e indicam uma tendência.

Alguns dos fatores que contribuem para o aumento – e que sem exagero pode ser considerado dramático – passam pela pressão social, que muitas vezes começa em casa. Estudos afirmam que as pessoas estão cada vez mais estressadas, enquanto as mídias sociais criaram ambientes de inveja e ódio gratuitos. Isso, sem contar, o impacto de traumas e problemas pessoais ou familiares de maior gravidade.

1. Imagem: Uai / Reprodução

Vale a ressalva que muitas pessoas usam o antidepressivo sem que haja prescrição prévia, o que é um erro e pode fazer com que o quadro de saúde mental se torne ainda pior. E além disso, parte da recuperação mental deve passar pelos hábitos e não única e exclusivamente ao consumo da droga. Mudanças no estilo de vida, que passa por desde os hábitos rotineiros até uma melhor alimentação, contribuem fortemente na recuperação. E a importância disso se torna ainda maior no caso das crianças, principalmente para que desde cedo elas não vejam as pílulas como solução para todo e qualquer problema.