Para um garotinho britânico chamado Edward Ives, cada dia de vida é um verdadeiro milagre. Você, pai ou mãe de plantão, como se sentiria se ouvisse de um médico que seu bebê tem apenas 5% de chance de sobreviver?
Foi isso que os pais de Edward ouviram após a criança nascer com um distúrbio chamado taquicardia supraventricular, que faz com que o coração bata duas vezes mais rápido.
O problema foi descoberto durante a gestação, mais especificamente após a mãe, Claire, passar por uma bateria de exames no período final da gravidez.

A primeira alternativa para lidar com a situação foi à base de remédios, mas não funcionou. Os medicamentos pouco ou nada ajudaram a controlar o ritmo de batimentos do pequenino coração do bebê. Então, não havendo outro caminho a se recorrer, os médicos optaram por realizar uma cesariana. E, em seguida, cuidariam da criança.
Mas a técnica adotada para tratar do menino não seria algo comum, muito pelo contrário. O tratamento optado pelos médicos foi posto em prática por uma equipe do University College London Hospital.
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O Tratamento
Para estabilizar o quadro clínico do menino, seria necessário “esfriá-lo”. Usando uma coberta com gel, a intenção inicial era de baixar a temperatura de Edward de 37 para 33,3 graus. O plano era reduzir os batimentos cardíacos do pequeno britânico, enquanto ele estava sedado para não se movimentar durante o procedimento.
Contudo, de fácil, este tratamento não teria nada.
Os médicos não só tinham que se preocupar em diminuir o ritmo do coração, como também precisavam se atentar a não deixá-lo parar de bater. Foi necessário, por exemplo, que um desfibrilador fosse usado por cinco vezes. “Ele estava muito frio e parecia estar morto”, disse Claire à BBC.
Após dois dias de intenso acompanhamento à criança, os médicos estavam prontos para deixar com que sua temperatura corporal subisse, porém, novamente o coração do menino voltou a bater em ritmo mais intenso. Então, mais uma vez ele foi resfriado por mais dois dias.
No quarto dia, finalmente, o coração de Edward batia em ritmo normal. Assim, aos poucos, os médicos voltaram a esquentar o seu corpo, aumentando meio grau a cada período de 12 horas. E depois de um mês inteiro, o garotinho, enfim, recebeu alta e foi liberado para ir para casa com os pais.

Edward estava salvo: “Foi como um sonho que virou realidade”, contou a mãe.
Hoje, o menino tem 4 anos e vive bem ao lado da família. O único risco maior são arritmias cardíacas que ele pode sofrer, mas para quem superou o que ele enfrentou em seus primeiros dias de vida, não será este o obstáculo que o derrubará.


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