Que a Campanha dos Agasalhos é um gesto realmente bonito, não há sombra de dúvida. Porém, infelizmente, nem todas elas realmente fazem o que deveriam.
Um exemplo disso é o flagra que o site Pioneiro conseguiu em uma feira com roupas doadas pela população no Clube de Mães Esperança, localizado no bairro Santa Fé. Lá, elas estavam cobrando cerca de 10$ para entrar e escolher quantas roupas as pessoas quisessem.
Segundo uma das participantes do processo, o valor só existe para cobrir os gastos do transporte das roupas que chegam lá por meio da Fundação Caxias. Dalva, a responsável pelo clube das mães, não hesitou a admitir o ocorrido.

”Eu até procurei freteiros que fizessem de forma gratuita, mas todos queriam cobrar. O clube não tem fundos para isso e também precisamos de ajuda para carregar as sacolas pesadas. Mas os R$ 10 não eram cobrados de todo mundo. Quem eu percebia que não tinha condições entrava de graça”, disse.
Mesmo assim, a dona disse se sentir orgulhosa por estar na campanha e admitiu que são sim feitas doações às famílias da comunidade. E, apesar de investigações feitas pela Fundação Caxias, não foram encontradas irregularidades.
”Não estou interessada no lucro. E só fiz esse ano porque muitas pessoas me pediram. Faço a obra de Deus com muito prazer e sei que ajudo as pessoas. É caridade que a maioria não faz, tenho certeza de que quase todas as entidades que recebem as roupas vendem ou se aproveitam. Todos põem em brechós, inclusive centros comunitários e outras igrejas”, revelou.

A única questão é que com tantas entidades participantes, fica realmente difícil fiscalizar cada uma delas. ”Não passamos agasalhos para entidades que pensem em vender, inclusive elas assinam termos de compromisso. Não temos como ter o controle de todas, mas caso sejam identificadas irregularidades em alguma, imediatamente ela é desligada da campanha”, revela o coordenador da Campanha, Valter Franzosi.
Porém, o homem sabe da importância dela para as diversas pessoas necessitadas. ”A população sempre contribui enormemente e não podemos pôr em risco uma ação por problemas pontuais, pois pessoas realmente precisam realmente desses agasalhos. Quero respaldar que não incentivamos ou permitimos a venda e que a população denuncie caso presencie isso”, disse.
Um bom exemplo de locais que promovem essa boa ação de forma correta é o Clube de Mães Jardim Ipê. Lá o repasse de roupas aconteceu normalmente sem qualquer valor a ser cobrado.

Uma pena que as pessoas queiram se aproveitar de uma situação tão triste como essa, não?!
Fotos: Reprodução, Mateus Frazão / Agencia RBS













