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CLT ou PJ: saiba qual tipo de contratação faz mais sentido em 2025

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O mercado de trabalho brasileiro tem passado por mudanças importantes nos últimos anos. Entre elas, destaca-se o crescimento da contratação via pessoa jurídica (PJ), uma alternativa à tradicional carteira assinada, regida pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Em 2025, muitos profissionais se veem diante da dúvida: é melhor ser CLT ou PJ?

A resposta não é simples e depende de uma série de fatores, como perfil profissional, área de atuação, metas de carreira e planejamento financeiro. Neste artigo, você vai entender o que caracteriza cada regime, as vantagens e desvantagens de cada modelo e como tomar a melhor decisão para sua realidade.

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O que significa trabalhar como CLT?

Regras e garantias do regime celetista

A contratação pelo regime CLT está prevista em uma legislação específica criada em 1943, com o objetivo de assegurar os direitos dos trabalhadores com vínculo empregatício. Ao ser contratado com carteira assinada, o profissional tem direito a benefícios como:

  • Férias remuneradas com adicional de 1/3;
  • 13º salário;
  • Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);
  • Licença-maternidade e paternidade;
  • Seguro-desemprego;
  • Contribuição ao INSS com acesso à aposentadoria e demais benefícios previdenciários.

O trabalhador CLT também conta com jornada definida (geralmente 44 horas semanais), controle de ponto e regras claras para demissão, com pagamento de verbas rescisórias.

Quem costuma optar por esse regime

Pessoas que valorizam estabilidade, direitos garantidos e segurança em longo prazo costumam preferir o regime celetista. Além disso, áreas mais tradicionais — como serviços públicos, setor bancário e grandes corporações — mantêm esse tipo de vínculo como padrão.

O que significa trabalhar como PJ?

Como funciona a contratação por pessoa jurídica

No modelo PJ, o profissional abre um CNPJ (normalmente como microempreendedor individual – MEI ou empresa de pequeno porte) e presta serviços como se fosse uma empresa. Em vez de receber salário, ele emite nota fiscal pelos serviços realizados.

Neste caso, não há vínculo empregatício formal. Ou seja, o profissional não tem direito automático a benefícios como FGTS, 13º ou férias remuneradas. Por outro lado, ele tem mais liberdade para negociar valores, prazos e condições de trabalho.

Responsabilidades e obrigações do PJ

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Imagem – katemangostar/Freepik

O trabalhador PJ precisa cuidar da sua própria organização fiscal. Isso inclui pagar tributos como:

  • Imposto sobre Serviços (ISS);
  • Contribuição ao INSS (como contribuinte individual ou MEI);
  • Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) ou Simples Nacional, conforme o regime tributário adotado.

Além disso, é ele quem deve poupar para momentos sem contrato, doenças, férias ou aposentadoria.

Principais diferenças entre CLT e PJ

A seguir, veja uma comparação objetiva entre os dois modelos, considerando os principais aspectos de contratação.

Estabilidade e direitos

  • CLT: oferece estabilidade maior, com acesso a direitos trabalhistas protegidos por lei.
  • PJ: não há estabilidade. Os contratos podem ser encerrados a qualquer momento, dependendo da negociação.

Benefícios

  • CLT: inclui benefícios obrigatórios como FGTS, INSS, 13º, seguro-desemprego, licença remunerada e acesso automático ao INSS.
  • PJ: precisa pagar e planejar tudo por conta própria. Algumas empresas contratantes oferecem auxílios como plano de saúde ou vale-alimentação, mas isso não é obrigatório.

Liberdade de negociação

  • CLT: salário e condições são definidos pela empresa, com reajustes vinculados a acordos sindicais ou políticas internas.
  • PJ: o profissional pode negociar seu valor de serviço livremente, com margem para rendimentos maiores, dependendo da demanda.

Tributação

  • CLT: o empregador recolhe os tributos, como INSS e imposto de renda, diretamente do salário do empregado.
  • PJ: o profissional deve cuidar do recolhimento dos próprios tributos e manter a contabilidade da empresa em dia.

Quando vale a pena optar pela CLT?

A contratação CLT pode ser mais vantajosa para quem:

  • Está começando no mercado de trabalho e ainda não tem reserva financeira;
  • Valoriza a segurança de benefícios fixos e estabilidade contratual;
  • Tem dependentes ou precisa de garantias como licença-maternidade/paternidade;
  • Não quer ou não pode arcar com a complexidade de abrir e gerenciar um CNPJ.

Quando o modelo PJ pode ser mais atrativo?

O trabalho como PJ tende a ser melhor para profissionais com maior autonomia, como consultores, desenvolvedores, designers, profissionais de marketing ou da área de tecnologia. Em especial, ele pode ser indicado quando:

  • O valor pago pelo serviço é significativamente maior do que seria o salário CLT;
  • A empresa contratante não impõe regras de subordinação, carga horária ou local fixo;
  • O profissional já tem organização financeira e consegue manter uma reserva para emergências;
  • Há possibilidade de atuar com vários clientes ao mesmo tempo, aumentando a renda.

O que é vínculo empregatício disfarçado?

Um ponto delicado é quando empresas contratam profissionais como PJ, mas exigem o cumprimento de horários fixos, exclusividade, metas internas e controle de produtividade como se fossem empregados.

Essa situação é conhecida como “pejotização indevida” e pode ser denunciada à Justiça do Trabalho. Se comprovada, o contrato pode ser reconhecido como vínculo empregatício e a empresa pode ser obrigada a pagar todos os direitos retroativos de um trabalhador CLT.

Planejamento financeiro: essencial para o PJ

Como se proteger sem os direitos da CLT

Quem atua como PJ deve considerar a necessidade de:

  • Fazer um plano de saúde particular;
  • Criar um fundo para períodos sem trabalho (como se fosse um seguro-desemprego);
  • Planejar a aposentadoria com contribuições regulares ao INSS ou previdência privada;
  • Ter uma reserva financeira para períodos de inatividade, férias ou emergências.

Ter disciplina e organização são indispensáveis para manter a estabilidade financeira atuando como pessoa jurídica.

Dicas para escolher entre CLT e PJ

  • Analise a oferta salarial líquida: calcule quanto sobra de fato no bolso, incluindo todos os impostos e descontos;
  • Avalie os benefícios oferecidos além do salário (vale, plano de saúde, bônus, folgas);
  • Entenda suas prioridades pessoais: liberdade, segurança, estabilidade ou rendimento?
  • Considere seu nível de organização para gerenciar uma empresa (PJ);
  • Consulte um contador ou advogado trabalhista para fazer simulações mais precisas.

Considerações finais

A decisão entre CLT ou PJ é cada vez mais comum no cenário atual. Não há um modelo universalmente melhor: tudo depende do perfil do profissional, dos objetivos de carreira e da proposta recebida.

Para muitos, a segurança e os direitos da CLT ainda são fundamentais. Para outros, a flexibilidade e o potencial de renda do PJ fazem mais sentido. Em ambos os casos, é essencial entender todos os aspectos legais e financeiros envolvidos antes de tomar uma decisão.

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