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Cirurgia para mudar a cor dos olhos ganha popularidade, mas especialistas alertam para riscos graves

O avanço da cirurgia estética que promete alterar a cor dos olhos

Nos últimos meses, uma cirurgia até então pouco conhecida tem chamado a atenção nas redes sociais: trata-se da ceratopigmentação, um procedimento que altera permanentemente a cor dos olhos. Celebridades e influenciadores digitais começaram a exibir olhos azuis ou verdes que, até pouco tempo, eram castanhos — reacendendo o debate sobre os limites da estética e da segurança médica.

Embora pareça uma inovação cosmética, especialistas alertam: o procedimento é arriscado, proibido no Brasil para fins estéticos e pode trazer sérias consequências à saúde ocular.

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O que é a ceratopigmentação?

Técnica foi criada para fins médicos

A ceratopigmentação, também conhecida como pigmentação corneana, não é uma técnica recente. Desenvolvida inicialmente com propósitos terapêuticos, ela era usada para tratar lesões na córnea, como manchas, opacidades e defeitos congênitos. A ideia era devolver estética a olhos que já não tinham função visual.

A transformação em cirurgia estética

Com o avanço das técnicas cirúrgicas, a ceratopigmentação passou a ser adaptada por clínicas no exterior para fins puramente estéticos. Em vez de recuperar uma córnea danificada, a cirurgia agora é oferecida para quem deseja simplesmente mudar a cor dos olhos — de castanho para azul, por exemplo.

Como a cirurgia é feita

Introdução de pigmentos artificiais

A técnica consiste em aplicar pigmentos coloridos diretamente na córnea do paciente, geralmente por meio de um laser de precisão ou por microperfurações com instrumentos cirúrgicos.

Duração e recuperação

O procedimento pode durar entre 30 minutos e 1 hora, dependendo da técnica utilizada. A recuperação inclui o uso de colírios anti-inflamatórios, repouso visual e acompanhamento médico por pelo menos seis meses.

Mudança definitiva

Diferentemente das lentes de contato, a mudança de cor promovida pela ceratopigmentação é permanente e, muitas vezes, irreversível.

Por que a cirurgia se popularizou

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Imagem – Bestofweb/Freepik

Redes sociais como vitrine

Influenciadores e artistas passaram a divulgar resultados impressionantes nas redes, fazendo da cirurgia um novo desejo estético. A exposição massiva de “antes e depois” aumentou o interesse de milhares de pessoas.

Desejo por uma aparência “única”

Mudar a cor dos olhos, algo antes limitado ao uso de lentes, agora é vendido como uma transformação pessoal profunda — que oferece exclusividade e diferenciação estética.

Disponibilidade em clínicas internacionais

Embora proibida no Brasil, a cirurgia é oferecida em clínicas no exterior, especialmente na Turquia, México e alguns países da Europa. Brasileiros interessados viajam exclusivamente para realizar o procedimento.

Riscos associados à mudança da cor dos olhos

Glaucoma induzido

Um dos riscos mais graves é o desenvolvimento de glaucoma, causado pela obstrução das vias de drenagem do olho pelos pigmentos. A pressão intraocular aumenta, podendo causar perda irreversível da visão.

Inflamações crônicas

Casos de uveíte, uma inflamação na parte interna do olho, têm sido relatados após o procedimento. Essa condição provoca dor, vermelhidão e pode danificar estruturas oculares sensíveis.

Opacidade e perda da transparência da córnea

A introdução do pigmento pode afetar a transparência natural da córnea, prejudicando a nitidez da visão. Em casos extremos, pode ser necessário realizar um transplante de córnea.

Infecções e rejeição

Assim como em qualquer cirurgia invasiva, existe o risco de infecção, além da possibilidade de o organismo rejeitar o pigmento, causando reações adversas severas.

O que dizem os especialistas

Proibida para fins estéticos

No Brasil, a ceratopigmentação estética é proibida pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). A recomendação é clara: o procedimento deve ser utilizado apenas em pacientes com doenças oculares que comprometam a aparência do olho, sem função visual.

Opinião unânime entre oftalmologistas

Diversos oftalmologistas alertam que não existe qualquer benefício para a saúde ao mudar a cor dos olhos em indivíduos saudáveis. Pelo contrário, o risco é elevado e não justificado por razões médicas.

Casos reais chamam atenção

Influenciadores relatam complicações

Algumas personalidades que se submeteram à cirurgia divulgaram experiências dolorosas. Em vídeos, relataram ardência, visão embaçada, fotofobia (sensibilidade à luz) e arrependimento. Em casos mais extremos, foi necessária cirurgia corretiva.

Pessoas comuns também buscam ajuda médica

O aumento de brasileiros que retornam do exterior com complicações levou clínicas oftalmológicas a se prepararem para tratar esses quadros. A demanda por consultas emergenciais após a cirurgia está em crescimento.

Alternativas seguras para quem deseja mudar a cor dos olhos

Lentes de contato coloridas

A solução mais segura continua sendo o uso de lentes coloridas. Elas são acessíveis, reversíveis e aprovadas por órgãos reguladores, como a Anvisa. Lentes podem ser adquiridas com ou sem grau, e atualmente têm aparência bastante natural.

Efeitos visuais digitais

Com os avanços da tecnologia, filtros de realidade aumentada podem simular diferentes cores de olhos em fotos e vídeos, sem qualquer risco à saúde.

O que esperar no futuro

Maior fiscalização internacional

Com a popularização da cirurgia em redes sociais, aumenta também o número de alertas emitidos por órgãos médicos internacionais. A tendência é que haja maior regulamentação e fiscalização da prática.

Desenvolvimento de técnicas menos invasivas

Cientistas e laboratórios estudam alternativas menos agressivas, como manipulação genética ou uso de pigmentos biodegradáveis, mas nenhuma dessas técnicas está aprovada ou disponível no mercado.

Consciência do consumidor

O debate público tende a ampliar a consciência dos riscos associados a cirurgias estéticas oculares. Com mais informação, é provável que parte dos interessados repense a decisão.

Considerações finais

A cirurgia para mudar a cor dos olhos pode parecer atraente à primeira vista, mas envolve riscos sérios e irreversíveis. Especialistas reforçam que procedimentos como a ceratopigmentação não são recomendados para fins estéticos, especialmente em olhos saudáveis.

Embora o desejo por mudança estética seja legítimo, a saúde ocular não pode ser colocada em segundo plano. A melhor escolha, para quem deseja alterar temporariamente a aparência, são soluções não invasivas e seguras, como lentes de contato. A beleza, afinal, deve caminhar lado a lado com a preservação da saúde.


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