O cinema nacional mais uma vez ganha destaque no cenário internacional. Dois filmes brasileiros conquistaram cinco prêmios no Festival Internacional de Cinema de Guadalajara, realizado no México, entre os dias 7 e 14 de junho de 2025. As produções “O Último Azul”, dirigido por Gabriel Mascaro, e “A Melhor Mãe do Mundo”, de Anna Muylaert, foram os grandes destaques brasileiros na 40ª edição do festival, considerado um dos mais importantes da América Latina.
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Reconhecimento para “O Último Azul”
Melhor longa-metragem de ficção ibero-americana
O filme “O Último Azul”, que já havia conquistado o Urso de Prata no Festival de Berlim 2025, venceu o prêmio de Melhor Longa de Ficção Ibero-americana em Guadalajara. A produção apresenta uma narrativa com forte carga emocional e estética marcada pela beleza da Amazônia.
Premiação de melhor atriz
A atriz Denise Weinberg, que interpreta a protagonista Tereza, foi premiada como Melhor Atriz. Sua performance, elogiada pela crítica, reforça o reconhecimento internacional que o longa vem recebendo.
Histórico de premiações
Além dos prêmios em Berlim e Guadalajara, o longa já passou por festivais como Cartagena, Buenos Aires, Istambul, Lisboa e Sydney, consolidando sua trajetória de sucesso internacional.
“A Melhor Mãe do Mundo”: três troféus para Anna Muylaert
Roteiro premiado
O filme “A Melhor Mãe do Mundo”, dirigido por Anna Muylaert, foi destaque na categoria Melhor Roteiro. A trama, que se passa na periferia de São Paulo, aborda temas como maternidade, violência doméstica e sobrevivência nas ruas.
Destaque técnico e artístico
Além do prêmio de roteiro, o filme venceu em outras duas categorias:
- Melhor Fotografia, graças ao trabalho de criação de uma estética realista e sensível;
- Melhor Atuação Feminina, com Shirley Cruz, que interpreta Gal, a protagonista.
Reconhecimento no Brasil
Antes mesmo da premiação no México, o longa já havia sido destaque no Cine PE, em Recife, onde foi eleito Melhor Filme de Ficção e também premiado nas categorias de Melhor Direção de Arte e Melhor Atriz Coadjuvante.
O que dizem os representantes do audiovisual brasileiro?
A Secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura, Joelma Gonzaga, comemorou os resultados, afirmando que os prêmios demonstram a força da produção cinematográfica nacional e reforçam o papel das políticas públicas de incentivo ao setor.
Segundo ela, o reconhecimento em festivais internacionais comprova que o Brasil vive um momento de expansão e de visibilidade global para suas produções audiovisuais.
O panorama do cinema brasileiro em 2025
Um ano de conquistas
Os prêmios em Guadalajara não são casos isolados. O cinema brasileiro tem acumulado vitórias ao longo de 2025:
- No Oscar, o filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, venceu na categoria de Melhor Filme Internacional.
- No Globo de Ouro, a atriz Fernanda Torres foi consagrada por sua atuação no mesmo filme.
- Em Cannes, nomes como Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho também representaram o Brasil entre os vencedores.
Repercussão em festivais paralelos
Durante o Marché du Film, importante mercado cinematográfico realizado em Cannes, o Brasil registrou presença de dezenas de produtores e diretores, interessados em expandir coproduções e negociações internacionais.
Sobre “O Último Azul”
Enredo e abordagem
Ambientado em um Brasil futurista, o filme acompanha a história de Tereza, uma idosa de 77 anos, que, diante de uma sociedade em colapso, decide realizar uma última viagem pelos rios da Amazônia antes de ser transferida para uma colônia de idosos.
A produção se destaca pela fotografia, direção sensível e reflexões sobre envelhecimento, liberdade e pertencimento.
Participação em Gramado
“O Último Azul” será o filme de abertura do Festival de Cinema de Gramado 2025, marcado para agosto. A estreia nacional nos cinemas está prevista para o dia 28 de agosto, com distribuição pela Vitrine Filmes.
Sobre “A Melhor Mãe do Mundo”
Trama e elenco
A história acompanha Gal, uma mãe que foge de um relacionamento abusivo e tenta proteger seus filhos nas ruas de São Paulo. A narrativa combina elementos de drama social com momentos de lirismo, explorando o olhar infantil diante das adversidades.
O elenco conta com nomes como Shirley Cruz e Seu Jorge, sob roteiro assinado por Anna Muylaert, Grace Passô e Mariana Jaspe.
Impacto social
O filme tem sido elogiado por sua abordagem humanizada e pela forma como trata temas sensíveis, como violência doméstica, abandono e o poder da imaginação infantil para enfrentar situações extremas.
O Festival Internacional de Cinema de Guadalajara
Tradição e importância
Realizado anualmente no México, o Festival de Guadalajara é reconhecido como uma das principais vitrines para o cinema latino-americano. A edição de 2025 celebrou 40 anos de história, reunindo produções de países como Argentina, Chile, Colômbia, Espanha e Brasil.
Visibilidade para o cinema brasileiro
A participação de filmes nacionais reforça a presença brasileira no circuito internacional e amplia as possibilidades de distribuição, exibição e coprodução em mercados estrangeiros.
O que esperar nos próximos meses?
Com a aproximação de festivais como Gramado, Brasília e San Sebastián, a expectativa é que tanto “O Último Azul“ quanto “A Melhor Mãe do Mundo” continuem a colher reconhecimento e ampliar a lista de prêmios.
Além disso, o público brasileiro aguarda as estreias nacionais, previstas para o segundo semestre, com grande expectativa.
Considerações finais
Os resultados obtidos em Guadalajara marcam mais um capítulo importante na trajetória recente do cinema brasileiro. Gabriel Mascaro e Anna Muylaert, com suas obras marcantes, ajudam a projetar o Brasil como um dos polos criativos mais respeitados no cenário cinematográfico atual.
Com histórias profundas, atuações consistentes e qualidade técnica reconhecida, o cinema nacional segue abrindo espaço nas telas do mundo — e consolidando seu lugar entre os melhores da atualidade.