Uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Southampton, no Reino Unido, promete ser um considerável avanço no tratamento do câncer.
De acordo com testes feitos em camundongos portadores da doença, os efeitos de um fármaco desenvolvido pelos especialistas diminuiu em até 50% o tamanho e o impacto de tumores nos animais.
Uma das maiores razões para que o combate à doença seja tão complexo é a capacidade do câncer em “sequestrar” componentes celulares normais e transformá-los em mortais. Células vitais se viram contra o organismo. “Alguns tipos de câncer são incrivelmente difíceis de tratar e podem usar as próprias células do corpo para ajudá-los a se desenvolver, evadir o tratamento e se espalhar ainda mais pelo organismo. E os pesquisadores, por anos, têm tentado descobrir os segredos por trás disso”, diz o diretor de informação científica da Cancer Research UK, Dr. Aine McCarthty.
-
Universidade de Southampton, no Reino Unido – Foto: Reprodução
Assim que a doença se empodera de células e componentes corporais, estes são transformados em fibroblastos associados ao câncer (FACs). Os FACs protegem as células cancerosas da quimioterapia e reprimem a resposta anticancerígena do sistema imunológico. A relação entre os níveis das FACs e a sobrevivência do portador da doença poderia torná-los um potencial alvo para a intervenção farmacológica, porém, até então nenhuma tentativa havia sido concluída com êxito.
O presidente de patologia experimental da Universidade de Southpampton e líder da pesquisa, Gareth Thomas, explica que ele e a equipe embarcaram em um projeto que envolvia o estudo de enzima específica, chamada NOX4, para interromper as FACs. Realizando testes em camundongos, os cientistas descobriram que ao bloquear o NOX4, o tamanho dos tumores nos roedores foi reduzido em até 50%.
-
Os fibroblastos (imagem) podem representar uma nova maneira de abordar o tratamento do câncer – Foto: Medical News Today / Reprodução
Um fármaco que bloqueia a enzima e que atuará no tratamento da fibrose de órgãos já está em processo de desenvolvimento. Se os estudos de acompanhamento obterem sucesso, a medicação pode ser consideravelmente útil durante o tratamento contra diversos tipos da doença.
Thomas revela que ainda há muito a aprender sobre as FACs e o modo como elas operam no sistema imunológico e que estudos ainda mais profundos precisam ser realizados, mas os resultados obtidos trazem otimismo em relação a futuros tratamentos que combatam esse mal.


Universidade de Southampton, no Reino Unido – Foto: Reprodução
Os fibroblastos (imagem) podem representar uma nova maneira de abordar o tratamento do 









