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Cientistas afirmam que vitamina essencial na formação do bebê também pode dobrar o risco de autismo

By Bruno Piai

August 24, 2017

Mesmo tudo aquilo que nos faz bem, quando em excesso, sempre fará mal.

Você já ouviu falar no ácido fólico? Um tipo de vitamina B (mais especificamente, vitamina B9), o nutriente é de fundamental importância durante a gestação, ajudando no desenvolvimento neurológico do feto durante o fechamento do tubo neural (estrutura que dará origem ao cérebro e à medula espinhal).

Contudo, de acordo com pesquisadores americanos da Universidade Johns Hopkins, o consumo em excesso do ácido fólico pode dobrar o risco do bebê nascer com autismo.

Durante a pesquisa foram analisados os níveis de ácido fólico de 1.391 mães, logo após o parto, de 1998 a 2013. No ano passado, os resultados dos testes foram revelados e mostraram que as mães de crianças autistas tinham níveis do nutriente no organismo quatro vezes maior do que o recomendado.

Em entrevista à Veja, o doutor em obstetrícia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Antonio Cabral, explicou que “o excesso de ácido fólico pode prejudicar os genes que fazem a maturação do encéfalo e causar alguma má formação, podendo desenvolver autismo ou autismo parcial”.

  1. Imagem: Correio da Bahia

O resultado da pesquisa ainda é muito debatido pelos médicos. Inclusive, um estudo publicado anteriormente no Journal of the American Medical Association (JAMA), vai na contramão dos resultados dos pesquisadores da Johns Hopkins e aponta para o fato de que o ácido fólico, muito encontrado em frutas, vegetais e cereais, poderia reduzir o risco do autismo e não aumentar.

Cabral diz que o consumo do ácido é necessário, porém, não deve ser realizado em altas doses. O médico explica que é importante que sejam ingeridas de 0,4 a 0,8 miligramas da vitamina por dia antes de engravidar e nos três primeiros meses de gestação. E no restante da gravidez, é importante que a futura mamãe consuma o ácido fólico em doses reduzidas, o que auxiliará na formação do coração do feto e será importante para que não ocorra um parto prematuro.

  1. Foto: Reprodução

Apesar dos estudos não serem conclusivos, o principal alerta é para que tanto médicos quanto as mulheres grávidas fiquenm atentos à quantidade adequada diária do nutriente. “Se a mulher tem alguma atividade ou hábito que possa reduzir o ácido fólico [no organismo], como fumar ou atividade física intensa, pode usar dentro dessa dosagem ou um pouco mais. Tem de conversar com o médico para ver se é excessiva”, afirma Cabral.