Brasil desigual: ranking revela as cidades mais e menos desenvolvidas em 2025
Ifdm 2025: um raio-x do desenvolvimento municipal no Brasil
A mais recente edição do índice firjan de desenvolvimento municipal (IFDM), divulgada em maio de 2025, mostra um retrato claro das disparidades regionais no Brasil. A pesquisa avalia o avanço dos municípios brasileiros em áreas essenciais como saúde, educação e emprego com renda, utilizando dados oficiais. Enquanto algumas cidades alcançam níveis próximos à excelência, outras ainda enfrentam sérias dificuldades estruturais.
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O que é o IFDM?
O IFDM é uma ferramenta criada pela firjan (federação das indústrias do estado do Rio de Janeiro) que permite monitorar anualmente o desempenho socioeconômico de mais de 5 mil municípios brasileiros. A pontuação vai de 0 a 1 e quanto mais próximo de 1, melhor o desenvolvimento da cidade. O índice considera:
- Emprego e renda: com base em dados do ministério do trabalho
- Educação: com informações do censo escolar
- Saúde: com indicadores de atendimento do sistema único de saúde
As cidades mais desenvolvidas do Brasil em 2025

Segundo o levantamento da firjan, as 10 cidades com maior nota no IFDM em 2025 estão concentradas principalmente na região Sudeste, com forte presença no estado de São Paulo. A campeã foi Águas de São Pedro (SP), que atingiu a pontuação máxima: 1,000.
Top 10 cidades mais desenvolvidas do país:
- Águas de São Pedro (SP) – 1,000
- Nova Alvorada (RS) – 0,9934
- Louveira (SP) – 0,9893
- Porto Real (RJ) – 0,9859
- Indaiatuba (SP) – 0,9823
- São Caetano do Sul (SP) – 0,9797
- Ilópolis (RS) – 0,9786
- Vitória do Jari (AP) – 0,9752
- Bento Gonçalves (RS) – 0,9746
- Elias Fausto (SP) – 0,9731
Esses municípios destacam-se pela combinação de educação básica sólida, atendimento de saúde eficiente e bons níveis de emprego formal, geralmente associados a polos industriais, agroindustriais ou turísticos.
As cidades menos desenvolvidas do Brasil em 2025
Na outra ponta do ranking, o cenário é dominado por municípios da região Norte, com destaque para o estado do Amazonas. A cidade com menor pontuação no índice foi Ipixuna (AM), que obteve apenas 0,3077.
As 10 cidades com os piores desempenhos:
- Ipixuna (AM) – 0,3077
- Juruá (AM) – 0,3098
- Itamarati (AM) – 0,3150
- Envira (AM) – 0,3163
- Tapauá (AM) – 0,3217
- Atalaia do Norte (AM) – 0,3240
- Pauini (AM) – 0,3256
- Fonte Boa (AM) – 0,3275
- Maraã (AM) – 0,3292
- Carauari (AM) – 0,3305
O padrão de baixa pontuação nesses municípios revela sérias dificuldades estruturais, muitas vezes relacionadas ao isolamento geográfico, baixa arrecadação municipal, carência de políticas públicas efetivas e precariedade na educação e saúde.
Análise regional: Sudeste versus Norte
O contraste entre as regiões Sudeste e Norte é gritante. O Sudeste concentra 70% das cidades com os maiores índices de desenvolvimento, enquanto o Norte responde por 80% das piores colocações.
Sudeste em destaque
Cidades paulistas como Indaiatuba, São Caetano do Sul e Elias Fausto se beneficiam de políticas públicas bem implementadas, acesso facilitado à infraestrutura e parcerias com o setor privado. A industrialização e o turismo também impulsionam o desempenho dessas localidades.
Norte em alerta
Já o Norte enfrenta problemas históricos, como a falta de conectividade, dependência de transferências federais e desafios logísticos imensos, especialmente em municípios com acesso apenas por via fluvial. A presença do estado do Amazonas entre os piores colocados é recorrente em diferentes edições do IFDM.
Educação e saúde: motores do desenvolvimento
Os dados apontam que cidades com alto desempenho em educação e saúde tendem a registrar melhores resultados em emprego e renda. Isso ocorre porque um cidadão bem formado tem maior probabilidade de conseguir bons empregos e acessar serviços públicos com eficiência.
Educação como base de tudo
Municípios com bom desempenho educacional apresentaram avanços na taxa de aprovação, frequência escolar e infraestrutura básica. Programas de capacitação de professores e valorização da educação infantil têm sido determinantes em muitas cidades que subiram no ranking.
Saúde estruturada atrai desenvolvimento
Cidades que contam com sistemas de saúde estruturados, com atendimento básico disponível e rede de especialidades, tendem a melhorar a qualidade de vida da população, aumentando a expectativa de vida e reduzindo a mortalidade infantil — dois indicadores importantes para o IFDM.
Desigualdade estrutural desafia o país
A diferença entre o município mais bem colocado (1,000) e o pior (0,3077) escancara a desigualdade regional no Brasil. Municípios com menos de 20 mil habitantes e localizados em regiões remotas continuam sendo os mais penalizados.
Desafios para políticas públicas
Apesar dos avanços, o IFDM 2025 mostra que ainda há um longo caminho a percorrer para a equidade regional. Ações do governo federal, como o novo pacto federativo, e investimentos do setor privado em infraestrutura e conectividade são urgentes para mudar esse cenário.
Considerações finais
O IFDM 2025 reforça a importância de políticas públicas consistentes e contínuas nas áreas de educação, saúde e geração de emprego. O Brasil é um país de extremos, onde cidades como Águas de São Pedro vivem realidade comparável a países desenvolvidos, enquanto Ipixuna enfrenta problemas típicos de regiões de baixa renda global.
Investir no desenvolvimento regional não é apenas uma questão de justiça social, mas também de crescimento sustentável e coesão nacional. A redução das desigualdades municipais deve ser prioridade para os próximos anos.

