Best Of Web

O botão mágico que leva as melhores historias a seu Facebook.

Best Of Web

O botão mágico que leva as melhores historias a seu Facebook.

Uso excessivo do ChatGPT pode comprometer a saúde mental e a capacidade cognitiva, aponta pesquisa

chatgpt

Estudo revela que uso contínuo do ChatGPT pode afetar funções do cérebro

Uma pesquisa conduzida pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) gerou debates ao sugerir que o uso intensivo de inteligência artificial, como o ChatGPT, pode provocar efeitos negativos sobre o funcionamento do cérebro humano. De acordo com os dados divulgados, confiar frequentemente em assistentes de IA para escrever, pesquisar ou planejar tarefas pode levar à diminuição da memória, da criatividade e da capacidade de concentração.

O fenômeno, classificado pelos pesquisadores como “dívida cognitiva”, consiste na substituição de atividades mentais fundamentais por comandos automatizados. Essa mudança de comportamento, segundo os especialistas, está associada à perda gradual da autonomia intelectual, principalmente entre jovens e estudantes.

Leia Mais:

Idosa interage com ChatGPT e viraliza no TikTok: o poder do encontro entre gerações e tecnologia

O que é dívida cognitiva e por que ela preocupa os pesquisadores?

Entendendo o conceito

A chamada “dívida cognitiva” é um termo utilizado para descrever o enfraquecimento de habilidades mentais essenciais quando se delega constantemente tarefas à tecnologia. Assim como o uso contínuo de GPS pode reduzir a capacidade de orientação, confiar em ferramentas como o ChatGPT para pensar, escrever ou tomar decisões pode atrofiar partes do cérebro ligadas à análise e à memória.

Sintomas associados

Entre os principais impactos identificados estão:

  • Redução na fixação de informações novas;
  • Queda na criatividade na produção de conteúdo;
  • Sensação de dependência para formular ideias;
  • Falta de engajamento com tarefas intelectuais simples.

Metodologia do estudo

chatgpt
Edição – Bestofweb/Canva

Como a pesquisa foi realizada

A investigação acompanhou três grupos distintos de participantes durante um período de quatro meses. O primeiro grupo realizava suas tarefas sem auxílio digital, o segundo utilizava mecanismos de busca tradicionais, como o Google, e o terceiro dependia de inteligência artificial generativa, como o ChatGPT.

Ao fim do experimento, testes neurológicos como eletroencefalograma (EEG) e avaliações de desempenho cognitivo revelaram que o grupo que usava IA apresentou:

  • Menor atividade cerebral nas regiões ligadas à memória e raciocínio lógico;
  • Baixa retenção de informações;
  • Dificuldade em elaborar textos sem auxílio da ferramenta.

Queda na atividade cerebral

A análise das ondas cerebrais dos participantes que utilizaram o ChatGPT indicou níveis mais baixos nas faixas alfa e beta, responsáveis pelo foco e pela criatividade. Esse padrão reforça a tese de que o uso contínuo da IA pode suprimir áreas do cérebro relacionadas ao pensamento crítico.

O papel da inteligência artificial na rotina de estudos e trabalho

Vantagens e riscos do uso da IA

Não há dúvidas de que as ferramentas baseadas em IA trouxeram facilidade e agilidade para atividades intelectuais. Com o ChatGPT, é possível gerar conteúdos, resumir textos, criar listas, resolver problemas e obter informações em segundos.

Por outro lado, o estudo alerta que essas facilidades não devem substituir o esforço mental humano. Segundo os pesquisadores, a linha entre o uso saudável e o uso nocivo é tênue, principalmente quando a IA deixa de ser um recurso de apoio e se transforma na única fonte de processamento intelectual.

Quando a tecnologia substitui a reflexão

Muitos estudantes relatam não se lembrar de conteúdos produzidos com auxílio do ChatGPT. Isso ocorre porque o ato de delegar a escrita ou a pesquisa à IA elimina o processo de construção do conhecimento, prejudicando o aprendizado real. Nesse cenário, o usuário passa a reproduzir respostas sem compreendê-las, comprometendo seu desenvolvimento intelectual a médio e longo prazo.

Impactos observados na educação e na criatividade

A preocupação com o ambiente escolar

Educadores têm manifestado receio quanto ao uso indiscriminado de IA em salas de aula e atividades acadêmicas. A facilidade em obter textos prontos tem desestimulado a leitura, o pensamento crítico e a escrita autoral. Como resultado, há um risco real de formação de estudantes passivos, que dependem da tecnologia para pensar.

Criatividade em risco

Outro ponto destacado no estudo é a queda da originalidade. Participantes que produziram textos com ajuda da IA demonstraram menor envolvimento e criatividade. Além disso, muitos descreveram suas produções como “frias”, “genéricas” ou “sem identidade”, o que reforça a ideia de que a IA pode reduzir o engajamento pessoal com o conteúdo.

O que dizem os especialistas

Uso consciente é fundamental

Cientistas envolvidos na pesquisa recomendam que a inteligência artificial seja usada de forma complementar, e não como substituta da capacidade mental humana. Assim como usamos calculadoras para operações complexas, o ChatGPT deve servir como um facilitador, e não como o cérebro do usuário.

Equilíbrio entre mente e máquina

Segundo a neurocientista brasileira Mariana Lemos, “a mente precisa de exercícios, assim como o corpo. Se você sempre pede que a IA pense por você, está atrofiando sua própria capacidade de pensar”. Para ela, o segredo está no equilíbrio entre o uso da tecnologia e a prática de atividades cognitivas desafiadoras.

Estratégias para evitar os efeitos negativos do uso do ChatGPT

Dicas para manter a mente ativa

  1. Escreva à mão: anotações manuais ajudam a fixar informações e estimulam a memória de longo prazo.
  2. Faça resumos sem ajuda: após ler um texto, tente resumi-lo com suas próprias palavras.
  3. Pratique a leitura crítica: evite copiar respostas prontas. Leia, questione e elabore seus próprios argumentos.
  4. Utilize IA apenas como apoio: recorra à IA para revisar, expandir ideias ou tirar dúvidas, mas nunca como a principal fonte de conteúdo.
  5. Alterne momentos de uso e descanso digital: pratique atividades que envolvam foco, como leitura, escrita livre ou jogos de lógica.

A importância de refletir

Ao invés de aceitar prontamente as respostas oferecidas pela IA, reflita sobre elas. Pergunte-se: faz sentido? Eu teria chegado a essa conclusão? O processo de análise é crucial para manter o cérebro ativo e funcional.

Comparação com buscadores tradicionais

Google estimula mais raciocínio do que IA generativa

Durante o estudo, os participantes que utilizaram motores de busca comuns demonstraram maior envolvimento cognitivo. Isso acontece porque, ao buscar respostas no Google, é necessário ler, comparar fontes e interpretar dados — ações que exercitam o cérebro.

A diferença está na passividade

Com o ChatGPT, por outro lado, o risco é o da passividade: o conteúdo é entregue pronto, e o usuário apenas consome, sem necessidade de elaborar ou conectar informações. Essa diferença pode parecer pequena, mas é significativa no desenvolvimento de habilidades cognitivas.

O futuro da inteligência artificial e seus desafios

IA não é vilã, mas exige responsabilidade

A pesquisa não condena o uso da IA, mas propõe uma reflexão sobre como ela está sendo integrada à rotina de milhões de pessoas. Quando usada com consciência, a tecnologia pode ampliar conhecimentos e acelerar processos. No entanto, quando se torna muleta para qualquer ação intelectual, pode comprometer a saúde mental e a autonomia do pensamento.

Educação digital será essencial

Para o futuro, especialistas defendem a inclusão da educação digital nas escolas. É necessário ensinar desde cedo como usar a IA com responsabilidade, estimulando a reflexão crítica, o discernimento e o pensamento autoral.

Considerações finais

A inteligência artificial transformou a maneira como acessamos informações e executamos tarefas mentais. No entanto, seu uso excessivo, sem critérios, pode comprometer habilidades cognitivas essenciais como memória, raciocínio e criatividade. O estudo do MIT alerta para os riscos da chamada dívida cognitiva, reforçando a importância de manter o cérebro em constante atividade.

Portanto, o desafio contemporâneo é encontrar o equilíbrio entre a conveniência tecnológica e a preservação da capacidade de pensar por si mesmo. Usar o ChatGPT como ferramenta e não como substituto é o caminho mais seguro para garantir que a inteligência artificial sirva como aliada — e não como ameaça — à nossa própria mente.


Uso excessivo do ChatGPT pode comprometer a saúde mental e a capacidade cognitiva, aponta pesquisa
Rolar para o topo