Praticamente todas as mulheres têm medo de engravidar, pois logo pensam na temida dor do parto. As histórias contadas por nossas mães, nossas avós e, principalmente, as cenas de filmes e novelas nos assusta um pouco.
Essas cenas de parto são sempre as mesmas, onde a mulher fica deitada e grita muito enquanto os médicos ou parteiras realizam o “serviço”. Mas longe do que sempre aparece na teledramaturgia, a novela das seis da Rede Globo, “Novo Mundo”, fez algo nunca visto antes.
A protagonista Anna (interpretada por Isabelle Drummond) entrou em trabalho de parto e sua amiga, Leopoldina, tentou ajudá-la pedindo que fizesse força a cada contração. Mas já totalmente cansada, ela perde todas as suas energias e pensa que vai morrer.

Nesse momento, aparece Joaquim ( interpretado por Chay Suede), que é o pai do bebê, e decide colocar em prática tudo o que aprendeu vivendo em uma aldeia indígena, quando presenciou índias parindo.
Ele, então, levanta Anna da cama e a coloca agachada com os joelhos dobrados para que o peso do corpo ficasse em seus pés, tranquilizando a amada: “Respira! Não é dor, é seu corpo ajudando seu filho a nascer. Fica tranquila. Estou do seu lado. Nada de mal vai acontecer. Quando a dor vier, relaxa”.

A moça se tranquiliza e relaxa e, assim, a menininha recém-nascida finalmente nasce! Essa cena mostra o que muitos médicos lutam: a humanização do parto.
A Organização Mundial de Saúde explica algumas das ações dos personagens na cena. Joaquim pede para que Anna não fizesse força e, segundo a OMS, ela deve ser feita somente quando o corpo sentir necessidade, vontade que vem involuntariamente. Tentar empurrar o bebê sem sentir isso, pode causar laceração perineal, que é o rasgamento da região entre o canal vaginal e o Ânus.

Outra coisa que facilita a vida da mulher nesse momento tão importante é o relaxamento e a respiração, que melhoram o emocional e o psicológico da mulher. Com isso, seu fluxo sanguíneo melhora e ela passa a ter mais energia para continuar o parto. Pode parecer impossível dar conta disso em meio a uma dor excessiva, mas é necessário paciência. O corpo muda completamente nesse momento: o útero contrai, o colo do útero dilata e o canal vaginal abre.

Isso explica o a fala de Joaquim: “Respira! Não é dor, é seu corpo ajudando seu filho a nascer. Fica tranquila. Estou do seu lado. Nada de mal vai acontecer. Quando a dor vier, relaxa!”.
Ele também pede para que ela confie no próprio corpo. Isso porque é o instinto: o corpo de uma mulher sabe parir. Porém, é necessário mais paciência, já que um parto normal pode durar mais de 24 horar. Nesse momento, a mãe deve confiar que seu bebê irá nascer.

A posição também conta muito. Muitas mulheres fizeram o mesmo que Anna e tiveram seus bebês agachadas ou sentadas. Já tornou-se algo comum. Outra coisa que ajuda muito a mulher é a reação de alguém que esteja ao seu lado. Durante o parto, o emocional fica abalado com ansiedade, medo e apreensão, mas dizer as simples palavras que Joaquim disse já ajuda completamente: “Estou do seu lado, nada de mal vai acontecer”.

Após o parto, a OMS recomenda que o bebê vá diretamente para o colo da mãe, onde deverá permanecer por no mínimo, duas horas. Esse contato com a pele estimula a amamentação e ajuda o sistema imunológico do recém-nascido.
O parto na novela realmente foi diferente dos que estamos acostumados a ver, mas levanta a discussão sobre o parto humanizado no Brasil, que vale a pena ser pensado pela mulher. É um momento único que ela finalmente entenderá a força que uma mãe pode ter!
Fotos: Reprodução


