O café cubano conquistou o primeiro lugar na lista dos melhores cafés do mundo em 2025, segundo o ranking elaborado pelo guia gastronômico TasteAtlas. A eleição trouxe à tona uma tradição latina que, embora muito respeitada localmente, raramente figurava entre as primeiras posições em premiações internacionais. Desta vez, o sabor intenso e a técnica única de preparo colocaram o “cafecito” cubano à frente de opções tradicionalmente celebradas, como o espresso italiano e o cappuccino europeu.
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A eleição do melhor café do mundo
O TasteAtlas, uma das plataformas mais influentes na avaliação de pratos típicos e bebidas regionais, divulgou em maio de 2025 sua lista com os 81 melhores cafés do planeta. O café cubano, com nota 4,6 de 5, conquistou o topo da seleção, desbancando favoritos históricos como os cafés da Itália, Vietnã e Grécia.
Além da pontuação, o destaque se deu pela valorização da tradição cultural por trás da bebida, que vai muito além do sabor: ela representa convivência, identidade e orgulho nacional.
O que é o “cafecito” cubano?
Mais do que um simples café, o “cafecito” é uma expressão cultural enraizada na rotina dos cubanos. Trata-se de um tipo de espresso forte, adoçado ainda durante a extração com açúcar demerara. Esse detalhe transforma as primeiras gotas do café em uma espuma caramelizada conhecida como “espumita”, que cobre a bebida e proporciona uma textura aveludada e um sabor marcante.
O preparo, quase ritualístico, é feito em cafeteiras italianas (moka), e servido em pequenas xícaras. Apesar da quantidade reduzida, o impacto no paladar é potente.
Por que o café cubano superou o espresso italiano?
Enquanto o espresso italiano é valorizado por seu equilíbrio entre intensidade e amargor, o café cubano cativou os avaliadores do TasteAtlas pelo seu caráter distinto. O sabor encorpado, o toque adocicado natural da espumita e a forte ligação com o cotidiano da população foram pontos decisivos.
Além disso, o “cafecito” se destaca por ser democrático: é servido em casas simples, padarias, bares de rua e até mesmo em pequenas janelas conhecidas como “ventanitas”, especialmente populares em bairros cubanos de cidades como Miami.
Ranking dos melhores cafés do mundo em 2025
Além da liderança cubana, outros cafés também se destacaram na avaliação global:
Top 5 de 2025:
- Café cubano (Cuba) – 4,6
- Café filtrado do sul da Índia – 4,5
- Espresso freddo (Grécia) – 4,4
- Cappuccino de Turim (Itália) – 4,3
- Ristretto (Itália) – 4,3
O Brasil e a Colômbia, tradicionalmente reconhecidos por suas produções de café, ficaram fora do pódio este ano, embora tenham tido representantes entre os 20 primeiros colocados.
A cultura do café em Cuba
Cuba tem uma relação histórica com o cultivo e o consumo do café, que remonta ao século XVIII. Apesar de não ser uma potência exportadora como o Brasil, o país desenvolveu uma forte cultura interna em torno da bebida, especialmente nas áreas urbanas.
As “ventanitas”
Esses pequenos pontos de venda em janelas ou fachadas de lojas são comuns em Havana e nas comunidades cubano-americanas. Neles, o café é vendido em porções individuais, muitas vezes acompanhado de conversas e reuniões informais entre vizinhos e amigos.
Tradição e resistência
Mesmo durante os períodos de escassez econômica, o cafecito permaneceu como símbolo de resistência e união. Tomar um café, em Cuba, é um ato social. Um gesto simples que transmite afeto, respeito e comunhão.
Como preparar um autêntico café cubano
Se você quiser reproduzir em casa essa bebida que conquistou o mundo, siga os passos abaixo:
Ingredientes:
- Café moído bem fino (tipo espresso)
- Açúcar demerara (2 a 3 colheres de chá)
- Água
- Cafeteira tipo moka (italiana)
Modo de preparo:
- Coloque a água no reservatório inferior da cafeteira.
- Adicione o café moído no filtro sem compactar.
- Leve a cafeteira ao fogo baixo.
- Assim que saírem as primeiras gotas do café, retire um pouco do líquido e misture vigorosamente com o açúcar até formar um creme espesso.
- Quando o restante do café terminar de extrair, despeje sobre o creme.
- Sirva em xícaras pequenas.
O segredo está na “espumita”, que cobre a bebida e cria uma experiência sensorial única.
Impacto da vitória cubana no cenário internacional
O reconhecimento do café cubano no topo do ranking de 2025 deve impulsionar ainda mais o turismo gastronômico na ilha, além de abrir oportunidades comerciais para pequenos produtores e baristas que se dedicam a preservar essa tradição.
Especialistas acreditam que essa conquista também desafia o domínio histórico de países como Itália, Brasil e Colômbia, mostrando que o sabor e a autenticidade podem valer mais do que a fama internacional.
O que dizem os consumidores
Relatos de quem experimentou o café cubano destacam a combinação entre intensidade e doçura natural como pontos fortes. Para muitos turistas, provar o cafecito em uma rua de Havana ou numa ventanita de Miami é uma das experiências mais memoráveis de viagem.
Além disso, o formato compacto e o preparo simples o tornam uma excelente opção para quem deseja saborear algo diferente do café filtrado tradicional.
Considerações finais
A consagração do café cubano como o melhor do mundo em 2025 marca uma virada simbólica no mundo do café: nem sempre os gigantes do setor ditam as preferências globais. Neste caso, venceu a autenticidade, a simplicidade e a força de uma tradição que resiste ao tempo e encanta paladares.
O “cafecito” provou que não precisa ser sofisticado para ser extraordinário. Em um mundo cada vez mais ávido por experiências verdadeiras, a vitória cubana reforça o valor das raízes culturais, do sabor afetivo e das histórias que cada xícara pode contar.
