Quando uma pessoa que amamos muda de estado, país ou continente, a dor da despedida é muito forte. Pensar que dificilmente a veremos, que apenas as ligações não irão matar a saudade, nos deixa extremamente abalados, mas a parte boa é que ainda temos essa pessoa. Porém, quando alguém que amamos morre, já muda todos os lados da história e se torna o pior sentimento do mundo, afinal, você nunca mais verá aquela pessoa.
Exatamente essa dor que tomava conta de milhares de pessoas que perderam seus familiares em um Tsunami que devastou o Japão, em 2011. Mais de 15 mil pessoas morreram no desastre e, em uma cidade de Otsuchi, o número de mortes é cerca de 800 pessoas.
Como a dor já era muita, uma ideia serviu de conforto aos familiares das vítimas: a construção de uma cabine telefônica. Sua maior curiosidade é que ela conecta as pessoas com os falecidos. Quem não iria amar a ideia de voltar a falar com seus avôs, pais, filhos, irmãos e amigos que já se foram?

A cabine, que levou o nome de “Telefone dos Ventos” fica em um lugar calmo com uma vista linda para o Oceano Pacífico. Geralmente, a pessoa entra nela e tenta entrar em contato com o espírito de quem se foi. Não existe nenhuma linha de telefone conectada, sendo assim, as conversas são basicamente baseadas na esperança de serem respondidos pelos entes queridos em algum momento.
O dono dessa ideia foi Itaru Sasaki que perdeu seu primo em 2010 e disse que queria manter contato para tentar lidar com a dor da partida. Para ele, seus pensamentos não poderiam ser transmitidos através de uma linha telefônica normal, então, eles seriam levados pelo vento e poderiam chegar até seu primo.

Existem várias histórias de pessoas que afirmaram realmente terem conversado com algum espírito na cabine. Uma senhora contou que levava seus netos todos os dias na cabine para conversarem com o avô falecido. Após certo tempo, ela disse que coisa boas estavam acontecendo em sua casa, e a vida da família teve muitos progressos. Para as crianças, “o vovô ouviu as ligações”.
Um outro morador da cidade disse que ficou muito mais tranquilo após começar a falar com seu familiar na cabine. “Eu não posso ouvi-lo, mas basta falar no telefone que eu sei que ele vai me ouvir. Assim, eu posso viver”, contou. Para Itaru, a perda pode ter sido extremamente difícil e dolorida, mas a esperança de os sentir por perto que faz valer a pena viver.

Deu até vontade de ir até o Japão para usar esta cabine, mas enquanto não dá, nossos corações continuam com aqueles que amamos e se foram para um lugar melhor. A saudade nunca irá mudar, não é?












