Warren Buffett e Bill Gates têm em comum muito mais do que status de bilionários e carreiras de sucesso. Uma das maiores conexões entre os dois é um passatempo que desafia a mente: o bridge, um jogo de cartas que exige raciocínio lógico, estratégia e cooperação. O que para muitos é apenas uma atividade de lazer, para eles é também uma forma de exercitar a mente e tomar decisões mais inteligentes nos negócios.
Leia Mais:
O que é o bridge e por que ele atrai mentes brilhantes
O bridge é um jogo disputado entre quatro participantes, divididos em duas duplas. O objetivo é conquistar a maior quantidade de rodadas possíveis, chamadas de “vazas”. Para vencer, os jogadores precisam interpretar sinais do parceiro, fazer lances precisos e tomar decisões rápidas com base em informações limitadas.
Esse ambiente simula, de certa forma, o cenário de tomada de decisões em ambientes complexos e competitivos, o que explica a predileção de muitos empresários de alto nível pelo jogo.
Buffett e sua dedicação ao bridge
Um hobby levado a sério
Warren Buffett, conhecido mundialmente como um dos maiores investidores da história, costuma dedicar mais de 10 horas por semana ao bridge. Em diversas entrevistas, ele afirmou que o jogo o mantém intelectualmente ativo e estimula seu pensamento estratégico, comparando a dinâmica do bridge com os desafios do mercado financeiro.
Para Buffett, o bridge oferece uma dose saudável de competição e lógica. Ele chegou a afirmar que poderia passar tranquilamente longos períodos preso, desde que tivesse bons parceiros para jogar bridge.
Aplicações práticas no mundo financeiro
Assim como no bridge, o investidor precisa tomar decisões com base em probabilidades, avaliar riscos e considerar os movimentos de outros agentes do mercado. Segundo Buffett, essas similaridades tornam o bridge um excelente exercício mental, que ele associa diretamente ao seu sucesso nos negócios.
Bill Gates e o aprendizado constante
Uma paixão herdada
Bill Gates foi apresentado ao jogo por Buffett e, desde então, o bridge passou a fazer parte de sua rotina. Em seu blog pessoal, o fundador da Microsoft já declarou que jogar bridge é uma das formas mais prazerosas que encontrou para manter o cérebro em funcionamento.
Gates descreve o bridge como um jogo “profundamente lógico” e acredita que a prática do jogo o ajuda a desenvolver habilidades de concentração e paciência.
Ensinamentos que vão além das cartas
Assim como na liderança empresarial, o bridge exige cooperação e comunicação eficaz. Gates valoriza especialmente a capacidade do jogo de ensinar como lidar com o imprevisível, fazer leituras rápidas do ambiente e colaborar com um parceiro mesmo sob pressão.
Sharon Osberg: a mentora dos bilionários no bridge
A campeã que ensinou os gigantes
Sharon Osberg, uma das maiores jogadoras de bridge dos Estados Unidos, é a responsável por orientar tanto Buffett quanto Gates no jogo. Amiga pessoal dos dois, ela frequentemente joga partidas com ambos e já participou de torneios internacionais ao lado de Buffett.
Osberg destaca as diferenças entre seus pupilos: enquanto Gates tem um estilo mais metódico e técnico, Buffett prefere uma abordagem intuitiva, baseada em anos de prática e observação.
Mais do que um jogo: um campo de treinamento intelectual

Segundo Sharon, o bridge exige concentração, planejamento, memória e leitura de padrões — todas características fundamentais para quem lidera empresas, administra investimentos ou toma decisões estratégicas.
Benefícios do bridge para o desempenho profissional
Desenvolvimento da estratégia
O bridge exige antecipação, análise de múltiplos cenários e decisões com informações parciais — habilidades que também são aplicadas no mundo dos negócios, especialmente em finanças e gestão.
Melhoria da comunicação e colaboração
No jogo, parceiros precisam se comunicar indiretamente através de lances e jogadas. Essa dinâmica estimula a compreensão do comportamento do outro e a construção de estratégias conjuntas, algo essencial para qualquer líder ou executivo.
Capacidade de lidar com riscos
Tomar decisões sem ter todas as cartas à vista faz parte tanto do bridge quanto do mundo corporativo. Jogadores aprendem a pesar riscos e confiar em probabilidades, uma habilidade crucial em investimentos e negociações.
Estímulo cognitivo
Estudos indicam que o bridge pode ajudar na prevenção do declínio cognitivo e no aumento da agilidade mental. Para pessoas com rotina intelectual intensa, como Buffett e Gates, manter esse tipo de atividade é uma forma eficaz de preservação mental.
O bridge como instrumento de networking
Além de todos os benefícios intelectuais, o bridge também funciona como um ponto de encontro entre pessoas influentes. Buffett e Gates, por exemplo, já participaram juntos de torneios beneficentes e eventos fechados com outros entusiastas do jogo.
Essas partidas criam um ambiente informal e competitivo onde ideias são trocadas, conexões são feitas e parcerias podem nascer.
A importância do lazer com propósito
A escolha do bridge como hobby favorito por dois dos homens mais influentes do mundo não é por acaso. O jogo oferece prazer, desafio, raciocínio e aprendizado — todos elementos que contribuem para o bem-estar e o desempenho pessoal e profissional.
Enquanto muitos escolhem hobbies apenas para relaxar, Buffett e Gates mostram que é possível se divertir e, ao mesmo tempo, treinar competências valiosas para a vida prática.
Considerações finais
O bridge se tornou mais do que um simples jogo para Warren Buffett e Bill Gates. Trata-se de uma ferramenta de aperfeiçoamento intelectual, tomada de decisão e convivência estratégica. Para eles, a atividade oferece uma rara combinação de prazer, desafio e valor cognitivo — um verdadeiro “laboratório mental” com aplicações diretas no mundo dos negócios.
Se existe uma lição por trás dessa paixão compartilhada é que hobbies bem escolhidos podem não apenas entreter, mas também formar a base para crescimento pessoal e profissional. E no caso de Buffett e Gates, o bridge continua sendo um dos segredos silenciosos por trás de duas das mentes mais brilhantes do século.


