Brasil sobe para 10º lugar em ranking global de universidades e amplia prestígio acadêmico
Brasil alcança nova posição de destaque no cenário universitário global
Em uma conquista inédita para a educação superior brasileira, o país figura agora na 10ª colocação entre os países com maior número de universidades listadas no Center for World University Rankings (CWUR) de 2025. O resultado foi divulgado no início de junho e inclui 53 universidades brasileiras entre as 2.000 melhores do mundo.
O ranking leva em consideração critérios como qualidade da educação, empregabilidade de ex-alunos, produção científica e desempenho acadêmico de docentes. A nova posição reflete o esforço contínuo das instituições brasileiras, especialmente das universidades públicas, em manter a excelência mesmo diante de desafios estruturais e orçamentários.
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Entendendo o ranking CWUR
O que é o CWUR?
O Center for World University Rankings é uma organização baseada nos Emirados Árabes Unidos que avalia mais de 21 mil universidades em todo o mundo e divulga anualmente um ranking com as 2 mil melhores. Diferente de outros levantamentos, o CWUR não se baseia em pesquisas de opinião ou questionários institucionais — ele utiliza apenas dados quantitativos e objetivos.
Como as universidades são avaliadas
O ranking considera quatro pilares principais:
Educação: desempenho acadêmico dos ex-alunos.
Empregabilidade: sucesso profissional dos graduados.
Corpo docente: prêmios e distinções recebidas pelos professores.
Produção científica: volume, impacto e qualidade das publicações.
Esses critérios proporcionam uma visão abrangente da reputação acadêmica e científica das instituições listadas.
O desempenho do Brasil no CWUR 2025
53 instituições no ranking global
O Brasil aparece na décima posição mundial, empatado com a Espanha, com 53 universidades classificadas entre as 2 mil melhores. Isso representa um avanço considerável na presença internacional da educação superior brasileira.
Brasil supera potências acadêmicas
O país ficou à frente de nações com tradição em educação, como:
Canadá (38 universidades)
Austrália (39)
Suíça (18)
Portugal (13)
México (13)
Essa performance reforça o papel estratégico das universidades brasileiras no desenvolvimento científico e na formação de talentos.
Destaques brasileiros no ranking

USP lidera novamente
A Universidade de São Paulo (USP) mais uma vez foi a instituição brasileira melhor classificada no CWUR. Ela ocupa a 118ª posição mundial, sendo também a mais bem colocada da América Latina. A USP se destaca pela forte produção científica e por sua estrutura acadêmica de excelência.
UFRJ sobe no ranking
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) subiu várias posições em relação à edição anterior, alcançando o 331º lugar mundial. É a federal mais bem posicionada e demonstra avanço em diversas áreas, especialmente na formação de pesquisadores.
Unicamp mantém alto desempenho
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aparece logo em seguida, com posição global próxima à 370ª. É uma das principais referências em pesquisa aplicada e inovação tecnológica no Brasil.
Outras universidades em destaque
Entre as demais instituições brasileiras incluídas no ranking, merecem menção:
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
A diversidade geográfica das instituições listadas mostra a capilaridade da excelência universitária no Brasil.
Predominância das universidades públicas
Federais lideram entre as classificadas
Das 53 instituições brasileiras presentes no ranking, 37 são universidades federais, representando aproximadamente 70% do total. Esse dado evidencia a importância das instituições públicas para o avanço científico e educacional do país.
Papel estratégico no desenvolvimento
As universidades públicas brasileiras desempenham um papel essencial na geração de conhecimento, inclusão social e formação de mão de obra qualificada. Apesar dos cortes de orçamento enfrentados nos últimos anos, muitas delas conseguem manter indicadores de excelência em ensino e pesquisa.
Quedas individuais e desafios persistentes
87% das instituições caíram no ranking
Apesar do número expressivo de universidades brasileiras listadas, 87% delas perderam posições em relação ao ano anterior. Esse dado sinaliza a necessidade de ações estruturantes e reforço de políticas públicas para evitar um declínio no desempenho global.
Principais causas das quedas
Redução de investimentos em pesquisa
Fuga de cérebros para o exterior
Baixo incentivo à inovação
Dificuldades de internacionalização
Esses obstáculos podem comprometer o protagonismo que o país começa a consolidar.
Comparação com outros rankings internacionais
QS World University Rankings
No ranking da QS, um dos mais conhecidos do mundo, a USP ocupa a 92ª posição, a Unicamp a 232ª e a UFRJ está na 304ª. Isso confirma a consistência das instituições brasileiras entre os levantamentos mais relevantes.
Times Higher Education (THE)
A USP também aparece entre as 200 melhores no ranking THE, enquanto a Unicamp figura entre as 400 primeiras. As diferenças de critérios entre os rankings explicam pequenas variações de posição.
Visão do Ministério da Educação
Declaração oficial do MEC
O secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Marcus Vinícius David, destacou que o bom desempenho das universidades brasileiras no CWUR é resultado de um sistema educacional robusto, sustentado em larga medida pelas universidades federais.
Segundo ele, o reconhecimento internacional deve ser aproveitado como incentivo para novos avanços, com ênfase em inovação, internacionalização e políticas de permanência estudantil.
Projeções e estratégias para o futuro
Como manter o Brasil entre os 10 melhores
Para garantir a permanência entre os países com mais universidades no ranking, o Brasil precisa:
Aumentar os investimentos públicos e privados em ciência, tecnologia e inovação
Fomentar a cooperação internacional, com intercâmbios e projetos conjuntos
Valorizar os docentes e pesquisadores, com melhores condições de trabalho
Melhorar a gestão universitária, com foco em resultados de médio e longo prazo
O papel dos estudantes e da sociedade
A valorização da educação superior deve ser um projeto nacional. Estudantes, sociedade civil, empresas e governo precisam atuar em conjunto para garantir a qualidade e o prestígio das universidades brasileiras.
Considerações finais
O Brasil celebrar a 10ª posição global no ranking CWUR 2025 é um marco significativo. O reconhecimento internacional consolida o papel estratégico das universidades brasileiras, em especial as públicas, na formação de profissionais, na produção científica e no desenvolvimento socioeconômico do país.
Contudo, o avanço obtido não pode mascarar os desafios enfrentados. A redução de posições individuais e a pressão orçamentária indicam que é necessário ampliar os investimentos e fortalecer as políticas educacionais.
Se os esforços forem mantidos e ampliados, o Brasil poderá não apenas sustentar sua posição entre as nações mais respeitadas em educação superior, mas também escalar posições ainda mais altas nos próximos anos.

