Live-action de ‘Branca de Neve’ tem estreia abaixo do esperado e preocupa executivos da Disney
O novo remake em live-action de Branca de Neve, uma das apostas mais ousadas da Disney em 2025, não conseguiu atingir os números de bilheteria esperados após semanas em cartaz. Mesmo sendo uma das produções mais comentadas do estúdio, o filme arrecadou US$ 181,6 milhões mundialmente, valor muito inferior ao necessário para cobrir seus custos e gerar lucro.
A performance tímida nas telonas reabre o debate sobre a viabilidade comercial dos remakes da Disney e levanta questionamentos quanto à fórmula adotada pelo estúdio para reviver seus clássicos animados.
Leia Mais:
A era da Netflix barata está chegando ao fim no Brasil?
Arrecadação global decepcionante para um projeto ambicioso
Resultados abaixo do investimento feito
Com um orçamento de produção estimado em US$ 270 milhões, fora os custos de marketing e distribuição, a expectativa era que “Branca de Neve” arrecadasse entre US$ 600 a US$ 800 milhões para se tornar financeiramente viável. No entanto, até agora, a receita global está longe de cobrir o investimento, mesmo com a projeção de maior longevidade em cartaz.
Números detalhados da bilheteira
Segundo os dados mais recentes, a bilheteria doméstica (Estados Unidos) foi de US$ 81,9 milhões, enquanto o faturamento internacional somou US$ 99,7 milhões. O total acumulado até agora é de US$ 181,6 milhões, número que representa menos de 70% do custo de produção.
Comparação com outros remakes da Disney
Sucessos anteriores colocam ‘Branca de Neve’ em desvantagem
O fraco desempenho do filme contrasta com os resultados de remakes anteriores como “A Bela e a Fera” (US$ 1,26 bilhão), “Aladdin” (US$ 1,05 bilhão) e “O Rei Leão” (US$ 1,6 bilhão), que foram lançados com grande retorno financeiro e crítica relativamente positiva. Já filmes como “Dumbo” e “Pinóquio” também sofreram nas bilheteiras, indicando um padrão de instabilidade nos resultados dos remakes.
Estreia modesta nos Estados Unidos
Em seu primeiro fim de semana nos EUA, “Branca de Neve” arrecadou cerca de US$ 43 milhões, resultado inferior até mesmo a produções que tiveram menor investimento, como “Dumbo” (US$ 45 milhões na estreia). O lançamento ocorreu em um período de forte concorrência, o que pode ter impactado o número de ingressos vendidos.
Razões que podem ter levado ao fracasso comercial
Custo elevado dificulta retorno
Um dos principais obstáculos para o sucesso financeiro do filme foi o próprio orçamento gigantesco. Com estimativas que variam entre US$ 270 e US$ 300 milhões, torna-se extremamente difícil recuperar o valor sem uma bilheteria internacional robusta — especialmente considerando que grande parte das receitas vai para redes de cinema e distribuição.
Recepção crítica e opiniões do público divididas
A reação do público foi mista. Embora a performance da atriz Rachel Zegler tenha sido elogiada por parte da crítica, muitos fãs demonstraram insatisfação com mudanças na narrativa, caracterização de personagens e até nas mensagens transmitidas. O filme recebeu nota “B+” do CinemaScore, índice que não chega a ser negativo, mas está longe de ser excepcional para um lançamento Disney.
Concorrência no período de lançamento
Outro fator que afetou o desempenho de “Branca de Neve” foi a concorrência direta com títulos mais voltados ao público adulto e de ação, como o lançamento de um novo filme com Jason Statham, que liderou as bilheteiras nos mesmos dias. Isso pode ter diluído o interesse do público-alvo infantil e familiar.
O impacto do fracasso na estratégia da Disney
Reavaliação dos live-actions
Diante do resultado, executivos da Disney devem repensar a estratégia de remakes. Embora alguns títulos tenham mostrado excelente retorno financeiro, outros — como este — evidenciam que a fórmula já não gera o mesmo apelo. O risco de “fadiga de conteúdo reciclado” é um alerta crescente.
Consequências para futuros projetos
A empresa já possui remakes em produção, como novas versões de “Hércules” e “Lilo & Stitch”. Porém, com os dados de “Branca de Neve”, é possível que os investimentos nesses projetos sejam ajustados ou até mesmo cancelados, dependendo da avaliação interna sobre retorno esperado.
É possível uma reviravolta nas bilheteiras?
Expectativas para arrecadação tardia
Em alguns casos, filmes com início modesto conseguem ganhar tração ao longo do tempo, principalmente com a ajuda de boas críticas, campanhas promocionais e lançamentos em novos mercados. No entanto, no caso de “Branca de Neve”, a distância entre o resultado atual e o ponto de equilíbrio é muito grande.
Receita com streaming e produtos licenciados
Além da bilheteira, a Disney conta com outras formas de recuperar parte do investimento, como licenciamento de produtos, venda para plataformas de streaming e lançamentos digitais. A estreia do filme no Disney+ pode ajudar a reforçar a marca, ainda que não tenha impacto direto na bilheteria.
Análise de especialistas e reação do público
Analistas de mercado apontam falhas na abordagem
Especialistas em cinema destacam que o excesso de confiança da Disney em refazer suas animações clássicas pode ter contribuído para o desempenho abaixo do esperado. A falta de inovação, aliada à mudança de tom narrativo, pode ter afastado parte do público original.
Divisão nas redes sociais
Nas plataformas digitais, a repercussão foi dividida. Muitos fãs demonstraram apoio à nova atriz protagonista, mas outros criticaram duramente a ausência de elementos clássicos da história original, além de considerarem o roteiro fraco e previsível.
Considerações finais: ‘Branca de Neve’ como alerta para a Disney
A performance abaixo do esperado de “Branca de Neve” é um sinal claro de que o público não responde mais automaticamente aos remakes com a mesma empolgação de anos anteriores. A Disney terá que considerar novas abordagens criativas e menos dependência de reinterpretações, investindo em histórias originais e formatos que se alinhem ao interesse atual dos espectadores.
Enquanto a bilheteria ainda pode crescer, o impacto inicial já foi suficiente para reacender o debate sobre a saturação da fórmula de remakes e o futuro das grandes produções com orçamento elevado.
