José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, mais conhecido como Boni, é um dos nomes mais importantes da história da televisão brasileira. Durante sua gestão na TV Globo, ele implementou uma série de mudanças significativas, inclusive a proibição do cigarro nas novelas da emissora. Em um recente depoimento, Boni explicou os motivos dessa decisão e como ela se encaixava em sua visão de responsabilidade social e do papel da televisão na formação de comportamentos. Neste artigo, vamos explorar a razão por trás dessa medida e analisar seu impacto na programação da Globo e na sociedade como um todo.
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O motivo por trás da proibição do cigarro
Um gesto de responsabilidade social
Quando Boni decidiu proibir o uso de cigarro nas novelas da TV Globo, sua principal preocupação não era apenas com o consumo pessoal do tabaco, mas com a influência que a televisão exerce sobre o comportamento do público, principalmente os mais jovens. Como ele mesmo afirmou, nunca foi fumante e sempre teve aversão ao cheiro do cigarro, mas a motivação para sua decisão estava em evitar que as novelas, com sua grande audiência, normalizassem o consumo de tabaco.
Boni percebeu que a exibição de cenas com personagens fumantes nas tramas poderia passar a impressão de que fumar era algo comum e até charmoso, quando, na realidade, o tabagismo é prejudicial à saúde. A TV, como veículo de comunicação massiva, tem o poder de formar a opinião e os hábitos da população, e Boni queria usar esse poder de forma responsável.
Exceções: o uso do cigarro como elemento narrativo
Embora a regra fosse a proibição do cigarro, Boni fez algumas exceções em situações nas quais o uso do tabaco tinha um propósito claro na construção dos personagens ou da história. Um exemplo disso é a novela “Vale Tudo” (1988), em que o personagem Rubinho, interpretado por Daniel Filho, era um pianista viciado em cigarro. Nesse caso, o consumo de cigarro foi integrado à trama como um reflexo das escolhas do personagem, mostrando as consequências negativas do vício.
Esse exemplo demonstra que a proibição de Boni não era uma medida radical ou infundada, mas sim uma forma de garantir que o cigarro fosse retratado de maneira realista e crítica, sem glamourizar o vício.
O impacto da decisão de Boni

Mudança de paradigma na TV Globo
A proibição do cigarro nas novelas não foi apenas uma mudança de hábito; ela também representou uma mudança na forma como a TV Globo se posicionava em relação à sua responsabilidade social. Boni entendeu que, ao ser uma das maiores emissoras do país, a Globo deveria agir como um agente transformador e não apenas como uma plataforma de entretenimento. Ele queria que a televisão fosse um meio que promovesse comportamentos saudáveis, evitando a exposição de vícios e hábitos prejudiciais como algo desejável.
Com essa decisão, a Globo se distanciou de outras emissoras e produções internacionais que ainda permitiam o cigarro como parte do visual dos personagens, especialmente em épocas passadas, quando a fumaça do cigarro era muitas vezes associada a charme e sofisticação. Essa decisão também se alinhou com o movimento crescente de combate ao tabagismo que ganhava força nas décadas de 1980 e 1990.
Reações do público e profissionais da TV
A medida de Boni gerou diversas reações. Muitos profissionais da televisão e da dramaturgia questionaram a decisão, argumentando que o cigarro poderia ser usado para caracterizar personagens e dar profundidade à trama. No entanto, a maioria reconheceu que a proibição estava alinhada com uma tendência global de conscientização sobre os perigos do tabagismo.
O público também teve suas opiniões divididas, com alguns elogiando a postura ética da emissora e outros sentindo que a liberdade artística estava sendo restringida. No entanto, a maior parte dos telespectadores acabou aceitando a decisão, especialmente à medida que a Globo começou a apresentar personagens mais diversos e com hábitos mais saudáveis, substituindo o cigarro por outras características que enriqueceriam a narrativa sem promover vícios.
O legado de Boni na TV Globo
Mudança na forma de contar histórias
A decisão de Boni de proibir o cigarro nas novelas foi apenas um reflexo de uma mudança maior que estava ocorrendo na TV Globo durante sua gestão. Ele foi responsável por transformar a emissora em um centro de produção de conteúdo mais próximo da realidade brasileira, abordando questões sociais e familiares de forma mais direta e autêntica.
Além disso, Boni contribuiu para a criação de um ambiente onde a responsabilidade social e a ética na mídia eram prioridades. Essa postura influenciou a programação de várias emissoras e ajudou a estabelecer um novo padrão para a indústria televisiva.
A TV Globo e a responsabilidade social
A proibição do cigarro nas novelas é apenas uma das várias medidas adotadas pela TV Globo para garantir que seu conteúdo seja responsável e respeite o bem-estar do público. A emissora sempre teve um compromisso com a educação e a conscientização, utilizando suas produções para promover temas relevantes como saúde, diversidade e direitos humanos.
A decisão de Boni se alinha com outras ações importantes, como a promoção de campanhas de prevenção ao câncer, o incentivo ao diálogo sobre doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e a luta contra a violência doméstica. A televisão tem um papel formador, e a Globo, sob a liderança de Boni, soube usar esse poder para influenciar positivamente a sociedade brasileira.
O legado de Boni e a TV Globo nos dias de hoje
A evolução da TV Globo
Boni ajudou a construir a base do que a TV Globo se tornou nos dias atuais: uma emissora que não apenas entretem, mas também educa e provoca reflexão sobre questões sociais. A proibição do cigarro nas novelas foi apenas uma das muitas iniciativas que marcaram sua passagem pela emissora. Desde que Boni deixou a Globo, a emissora continuou a seguir esse caminho, abordando temas contemporâneos e promovendo um conteúdo que busca respeitar a ética e a diversidade.
O impacto nas gerações futuras
O legado de Boni não é apenas um reflexo de sua gestão, mas também um modelo de responsabilidade social para outras emissoras e plataformas de mídia. Com o aumento da conscientização sobre os problemas causados pelo tabagismo, as novas gerações de telespectadores cresceram em um ambiente onde o cigarro não é mais glamourizado nas novelas. Isso representa um avanço significativo no combate ao vício e na construção de uma sociedade mais saudável.
Considerações finais
A decisão de Boni de proibir o uso de cigarro nas novelas da TV Globo foi um marco importante na história da televisão brasileira. Não apenas como uma medida de saúde pública, mas também como uma postura ética e responsável diante do papel da mídia na formação de comportamentos sociais. Com sua decisão, Boni contribuiu para a construção de uma TV mais consciente e comprometida com o bem-estar de seu público, estabelecendo um legado que continua a influenciar a televisão brasileira até hoje.













