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Padrões de beleza na Coreia do Sul: entre tradição, cultura pop e pressão social

A força dos padrões estéticos na Coreia do Sul

A Coreia do Sul ganhou fama mundial não apenas pela tecnologia e pelo K-pop, mas também por sua forte indústria da beleza. Termos como K-beauty, pele de porcelana e rotina de 10 passos de skincare se espalharam globalmente, consolidando a imagem de um país que transforma estética em cartão de visita.

No entanto, por trás do sucesso da indústria cosmética e do turismo de cirurgias plásticas, há uma realidade de pressão estética intensa, que impacta a vida social, acadêmica e até profissional dos sul-coreanos.

Leia Mais:

Como criar uma rotina de skincare equilibrada e eficiente do zero

O que é considerado atraente na Coreia

Padrões femininos mais valorizados

  • Pele clara e sem manchas: associada à juventude e pureza.
  • Rosto em formato “V”: mandíbula fina e queixo alongado.
  • Olhos grandes com pálpebra dupla: considerados mais expressivos.
  • Nariz delicado e reto: harmoniza o conjunto facial.
  • Corpo magro e esguio: com ênfase em aparência “frágil”.

O ideal masculino em ascensão

  • Pele bem cuidada e rotina de skincare.
  • Corpo definido, mas sem excesso de músculos.
  • Cabelos e sobrancelhas arrumados, além de maquiagem leve em certos contextos.

Raízes culturais e sociais do padrão de beleza

Herança confucionista

A tradição confucionista valoriza a harmonia e a modéstia. Esses princípios se refletem em uma estética discreta e delicada, que evita exageros.

Ascensão econômica e competitividade

Após a modernização acelerada do país, aparência passou a ser vista como reflexo de disciplina e autocontrole, pesando até em entrevistas de emprego.

Influência da cultura pop

Ídolos do K-pop e atores de dramas se tornaram referências visuais globais, ditando tendências de cabelo, maquiagem e até cirurgias.

A indústria K-beauty e o mercado da estética

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Imagem: Reprodução Instagram

Rotinas de cuidados que viraram padrão

A famosa rotina de vários passos não é só marketing, mas parte da cultura de disciplina e manutenção da pele.

Cosméticos e inovação

Ingredientes como centella asiática, niacinamida e produtos fermentados se popularizaram no mundo todo.

Clínicas de estética e turismo médico

Gangnam, em Seul, é considerado o “epicentro” das cirurgias plásticas, atraindo tanto locais quanto estrangeiros em busca de procedimentos.

Cirurgias plásticas: aceitação e normalização

  • Blefaroplastia: para criar pálpebra dupla.
  • Contorno de mandíbula: afinamento facial para o formato “V”.
  • Rinoplastia: retoques discretos para harmonia.
  • Preenchedores e botox: usados em pequenas doses para resultados naturais.

Esses procedimentos são vistos como investimentos pessoais, e não como tabu.

O peso do “lookismo” no cotidiano

Aparência como critério social

Ainda hoje, muitas empresas pedem foto em currículos, e a estética influencia fortemente em processos de seleção.

No ambiente escolar e acadêmico

Uniformes impecáveis e aparência “adequada” são cobrados como parte da conduta social.

Redes sociais e filtros

A cultura digital reforça padrões irreais, já que filtros e edições são usados diariamente, aumentando a comparação entre jovens.

Impactos psicológicos da pressão estética

  • Ansiedade e baixa autoestima: geradas pela comparação constante.
  • Distúrbios alimentares: consequência de dietas rigorosas para manter padrões corporais.
  • Dependência de procedimentos: busca incessante por melhorias que nunca parecem suficientes.

Resistências e sinais de mudança

Movimentos sociais

Campanhas como “Escape the Corset” incentivam mulheres a abandonar maquiagem obrigatória e padrões rígidos.

Diversidade crescente na mídia

Influenciadores mostram peles reais, sardas e diferentes tipos de corpo, oferecendo contrapontos à estética dominante.

Redefinição da naturalidade

Mais pessoas começam a valorizar a autenticidade, preferindo estilos que reflitam sua própria identidade em vez de imitar um molde único.

O que ainda é mal visto na Coreia do Sul

  • Maquiagem exagerada ou cirurgias muito visíveis, que fogem da estética discreta.
  • Descuido pessoal, como pele maltratada ou roupas desleixadas.
  • Exageros na busca pela naturalidade, já que até a aparência “simples” exige esforço.

Como dialogar com a estética coreana sem ceder à pressão

Skincare equilibrado

Foque em limpeza, hidratação e proteção solar antes de adotar rotinas extensas.

Maquiagem sutil

Aposte em produtos leves e acabamento natural.

Procedimentos com cautela

Busque profissionais qualificados e prefira resultados discretos.

Saúde mental em primeiro lugar

Lembre-se de que autoestima saudável depende de mais do que aparência.

Considerações finais

A Coreia do Sul exportou sua estética para o mundo, mas vive uma tensão entre admiração global e pressão interna. Os padrões de beleza continuam rígidos, mas há movimentos de resistência e valorização da diversidade que apontam para um futuro mais inclusivo.

Adotar práticas inspiradas na K-beauty pode ser positivo, desde que feitas por escolha própria, e não como obrigação. Afinal, beleza deve ser um espaço de expressão, não de aprisionamento.

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