Depois de um dia ou uma semana cansativa, quem não gosta de sair para beber com os amigos, se divertir e esquecer um pouco os problemas? É sempre bom, não é mesmo? Porém, alguns pais e responsáveis devem tomar cuidado ao levar o happy hour para dentro de casa.
Em uma pesquisa no Reino Unido, três em cada dez pais admitiram que ficam bêbados na frente dos filhos. E segundo um estudo liderado pelo ‘Institute of Alcohol Studies (IAS), esse comportamento dos adultos pode desencadear problemas familiares e deixar as crianças mais ansiosas. De acordo com os especialistas envolvidos no estudo, as crianças que veem os pais bêbados têm dificuldades em vê-los como um modelo positivo.
Os resultados sugerem que os pais tenham maiores cuidados em relação ao consumo de álcool: “É preocupante que tantos pais fiquem embriagados na frente de seus filhos. Todos os pais se esforçam para fazer o melhor pelas crianças, mas este relatório mostra uma situação preocupante”, disse Katherine Brown, diretora-chefe da IAS.
Em outros estudos britânicos a respeito do assunto, alguns números chamam a atenção:
- 15% das crianças pedem a seus pais que bebam menos;
- 16% dos pais se sentem culpados ou envergonhados de atitudes que tomam com as crianças enquanto estão bêbados;
- 12% das crianças dizem que seus pais não lhes dão atenção quando estão embriagados;
- Jovens de 11 e 12 anos dizem que os pais veem no álcool a “solução para seus problemas”.
Para a assistente social Anne Longfield, “muitos pais fazem a suposição de que mesmo o consumo moderado não vai incomodar seus filhos”. E a profissional ressalta que ver o responsável beber pode aumentar a ansiedade de uma criança.
A presidente-executiva da Alcohol Focus Scotland, Alison Douglas, levanta a questão do quanto as ações dos pais podem interferir em escolhas futuras das crianças: “Isso significa que as crianças são mais propensas a estar em torno do álcool e a testemunhar a embriaguez. Além dos impactos negativos no bem-estar delas, ver como os adultos bebem pode ter uma grande influência nos hábitos futuros de consumo de nossas crianças”.