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Beber água demais faz mal? Entenda quando a hidratação vira perigo

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Ingestão excessiva de líquidos pode causar desequilíbrio no organismo e comprometer a saúde

Beber água é uma recomendação universal quando o assunto é saúde. A hidratação adequada ajuda a regular a temperatura corporal, eliminar toxinas, facilitar a digestão e manter o bom funcionamento do organismo. No entanto, o que poucas pessoas sabem é que o excesso de água também pode ser prejudicial, podendo provocar uma condição chamada hiponatremia, que, em situações extremas, representa risco à vida.

Nos últimos anos, diversos casos de internação por ingestão exagerada de líquidos têm chamado a atenção da comunidade médica. O alerta serve para lembrar que até hábitos saudáveis, como beber água, exigem equilíbrio e bom senso.

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Hidratação: essencial, mas com moderação

A água no funcionamento do corpo humano

A água compõe cerca de 60% do corpo de um adulto e participa de processos vitais como transporte de nutrientes, regulação da temperatura e manutenção da pressão arterial. Ela é eliminada constantemente pela urina, suor, fezes e respiração, o que exige reposição regular.

O mito do “quanto mais, melhor”

Apesar dos benefícios da água, o pensamento de que beber quantidades exageradas trará ainda mais saúde é incorreto. O consumo exagerado pode sobrecarregar os rins, alterar o equilíbrio de minerais no sangue e provocar uma perigosa diluição de sódio no organismo.

O que é a hiponatremia?

Uma condição causada por desequilíbrio eletrolítico

A hiponatremia ocorre quando há uma queda significativa nos níveis de sódio no sangue, geralmente abaixo de 135 mEq/L. O sódio é responsável por controlar a entrada e saída de água das células. Quando ele está muito diluído, a água entra em excesso nas células, fazendo com que inchem — especialmente perigosas são as células cerebrais.

Por que isso é grave?

O inchaço cerebral causado pela hiponatremia pode levar a sintomas neurológicos como confusão mental, convulsões, perda de consciência e, em casos críticos, coma ou morte. A rapidez com que a condição se instala também influencia na gravidade do quadro.

Quanto de água é seguro consumir por dia?

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Imagem – Bestofweb/Canva

Recomendação média para adultos

A ingestão adequada de líquidos pode variar conforme o clima, peso corporal, nível de atividade física e condições de saúde. De forma geral, recomenda-se:

  • 2 a 3 litros de água por dia para adultos saudáveis
  • Esse valor inclui a água presente em alimentos e outras bebidas, não apenas água pura

Quando o excesso se torna perigoso

Casos de intoxicação por água geralmente ocorrem quando a pessoa ingere 4 a 6 litros em poucas horas, ultrapassando a capacidade dos rins de filtrar e eliminar o excesso. Situações de maior risco incluem:

  • Atividades físicas prolongadas com reposição exagerada de líquidos
  • Desafios ou apostas envolvendo ingestão de grandes volumes de água
  • Dietas que incentivam hidratação extrema sem orientação médica

Sintomas de intoxicação por excesso de água

Sinais de alerta que não devem ser ignorados

O corpo costuma dar sinais de que está em desequilíbrio. Os sintomas de hiponatremia podem variar de leves a graves, dependendo da velocidade de instalação do quadro e da quantidade de água ingerida.

Sintomas iniciais:

  • Náusea
  • Dor de cabeça
  • Inchaço no rosto ou nas mãos
  • Sensação de fraqueza
  • Falta de apetite

Sintomas avançados:

  • Confusão mental
  • Falta de coordenação motora
  • Vômitos
  • Convulsões
  • Perda de consciência

Em casos como esses, é fundamental buscar atendimento médico imediato.

O papel dos rins no equilíbrio hídrico

Limite de eliminação de líquidos

Os rins são responsáveis por filtrar o sangue e excretar o excesso de água e eletrólitos na urina. No entanto, há um limite: os rins conseguem eliminar entre 0,7 e 1 litro de água por hora. Beber acima desse volume compromete a capacidade de excreção e gera acúmulo de líquido no organismo.

A importância da ingestão gradual

Tomar grandes quantidades de água em um curto espaço de tempo é um dos principais fatores de risco. A hidratação deve ser distribuída ao longo do dia, respeitando os sinais naturais de sede e as necessidades do corpo.

Casos reais que acenderam o alerta

Exemplos de intoxicação por excesso de água

Diversos casos foram registrados em hospitais ao redor do mundo envolvendo atletas, participantes de maratonas e pessoas que exageraram na hidratação por medo da desidratação. Um dos episódios mais conhecidos ocorreu com uma mulher que participou de um concurso chamado “Segure seu xixi por uma Wii”, nos Estados Unidos, e faleceu após beber mais de 6 litros de água em poucas horas.

Outro caso envolveu um praticante de exercícios que, em uma tentativa de se reidratar após longa atividade física, ingeriu 5 litros de água em três horas e foi internado com convulsões.

Quem está mais suscetível ao problema?

Grupos que exigem maior atenção

Algumas pessoas devem ter cuidados redobrados com a ingestão de líquidos:

  • Atletas de resistência: correm risco se ingerirem água sem repor sais minerais perdidos no suor
  • Idosos: podem ter menor capacidade de excreção renal
  • Pessoas com doenças renais ou cardíacas: o controle de líquidos deve ser feito com supervisão médica
  • Pacientes que usam certos medicamentos diuréticos ou antidepressivos: podem ter maior retenção de líquidos

Como hidratar-se de forma segura?

Estratégias para manter o equilíbrio

  • Beba água quando sentir sede
  • Fracione o consumo ao longo do dia
  • Em atividades físicas longas, opte por bebidas que também contenham sódio e potássio
  • Observe a cor da urina: ela deve estar clara, mas não totalmente transparente
  • Evite exageros motivados por dietas ou modismos

Dica prática:

Um cálculo simples é multiplicar seu peso corporal por 35ml. Exemplo: uma pessoa de 70kg deveria ingerir cerca de 2.450ml por dia (ou 2,4L), ajustando para atividades físicas ou clima quente.

O que fazer em caso de suspeita de hiponatremia?

Procure ajuda médica imediata

Se houver sinais como desorientação, dor de cabeça intensa ou convulsões após ingestão excessiva de água, a orientação é procurar um serviço de emergência. O tratamento pode incluir:

  • Suspensão da ingestão de líquidos
  • Reposição intravenosa de sódio
  • Monitoramento em ambiente hospitalar

Considerações finais: equilíbrio é a chave

A água é, sem dúvida, um dos elementos mais importantes para a saúde. No entanto, como tudo em excesso, pode trazer sérios riscos. A recomendação de beber água deve vir acompanhada de consciência sobre as reais necessidades do corpo, sem cair em exageros ou modismos. Beber com moderação, respeitar a sede e observar os sinais do organismo são as melhores formas de manter o corpo hidratado e seguro.

Beber água demais faz mal? Entenda quando a hidratação vira perigo
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