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Avanço do mar ameaça praias de Niterói

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Pesquisadores identificam vulnerabilidade e apontam necessidade de medidas urgentes de adaptação

Um levantamento recente realizado por cientistas da Universidade Federal Fluminense (UFF) trouxe à tona um alerta preocupante sobre o futuro de algumas das praias mais icônicas de Niterói, no estado do Rio de Janeiro. Segundo os pesquisadores, a elevação do nível do mar, associada a eventos extremos como ressacas, pode alterar de forma significativa a linha de costa até o final deste século. Essa situação representa risco não apenas para a paisagem natural, mas também para residências, infraestrutura urbana e atividades econômicas que dependem do turismo e do lazer à beira-mar.

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O que o estudo revelou

A investigação avaliou diferentes trechos do litoral niteroiense, classificando-os conforme seu grau de vulnerabilidade ambiental frente às mudanças climáticas. O cálculo do Índice de Vulnerabilidade Costeira considerou aspectos como características geográficas, uso e ocupação do solo, grau de exposição às ondas, presença de ecossistemas de proteção natural e histórico de processos erosivos.
Os resultados mostraram que áreas como Piratininga registram alta vulnerabilidade, enquanto praias como Itaipu, Itacoatiara e Icaraí apresentam nível de risco de médio a moderado. Apesar de índices menores, essas regiões ainda estão expostas a impactos relevantes, principalmente durante a combinação de marés altas e tempestades.

As principais praias em risco

Praia de Piratininga

Localizada na Região Oceânica, Piratininga é uma das praias mais extensas e tradicionais de Niterói. De acordo com o estudo, sua alta vulnerabilidade está relacionada à exposição direta às ondas do mar aberto e à existência de um sistema lagunar próximo, o que aumenta o risco tanto de erosão quanto de alagamentos. Entre as medidas sugeridas para proteger o local estão a instalação de recifes artificiais ou quebra-mares submersos e obras de contenção nas margens da lagoa, com o objetivo de reduzir a energia das ondas e preservar o ecossistema.

Praia de Itaipu

Conhecida pelas águas calmas e pelo forte apelo gastronômico, Itaipu não sofre a mesma intensidade de impacto que Piratininga, mas ainda é vulnerável. Em cenários de maré elevada combinada com ressacas, há possibilidade de alagamentos nas áreas mais baixas. A preservação das dunas e da vegetação costeira é apontada como medida essencial para aumentar a resistência natural da praia frente ao avanço do mar.

Praia de Itacoatiara

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Imagem: Prefeitura de Niterói

Com ondas fortes e procurada por surfistas, Itacoatiara possui um entorno com áreas de preservação, mas isso não a torna imune às mudanças previstas. A erosão costeira e a diminuição da faixa de areia durante ressacas são problemas que podem se intensificar nas próximas décadas. Medidas de monitoramento contínuo e controle da ocupação urbana são fundamentais para manter o equilíbrio entre o uso turístico e a preservação ambiental.

Praia de Icaraí

Situada em uma das regiões mais movimentadas da cidade, Icaraí é cercada por edificações e vias de intenso tráfego. Apesar de apresentar vulnerabilidade moderada, sua localização na Baía de Guanabara não a protege totalmente. Marés anormais e ressacas podem causar transbordamentos e desgaste da faixa de areia. O reforço das defesas costeiras e a manutenção de estruturas de drenagem são apontados como ações prioritárias.

Consequências para a cidade e seus moradores

O avanço do mar nas praias de Niterói pode trazer impactos significativos para a economia local, afetando o turismo, a pesca artesanal e o comércio ligado ao lazer e gastronomia. Além disso, áreas residenciais próximas à orla podem enfrentar prejuízos materiais, desvalorização imobiliária e riscos à segurança.
A infraestrutura urbana, incluindo ruas, praças e equipamentos públicos à beira-mar, também pode sofrer danos frequentes, exigindo investimentos cada vez maiores em reparos e manutenção.

Medidas de adaptação e prevenção

Entre as soluções sugeridas pelos especialistas estão a implementação de barreiras físicas, como quebra-mares e diques, a recuperação de ecossistemas naturais, como manguezais e restingas, e o planejamento urbano que evite novas construções em áreas de risco. A educação ambiental e a conscientização da população também desempenham papel crucial para que a cidade esteja preparada para lidar com as mudanças previstas.
Outro ponto fundamental é o monitoramento contínuo das condições do mar e da linha de costa, permitindo que autoridades e comunidades ajam rapidamente diante de eventos extremos.

A importância de agir agora

Embora os cenários projetados para o final do século possam parecer distantes, especialistas alertam que os impactos já podem ser sentidos em menor escala nos próximos anos. A frequência de ressacas e a elevação gradual do nível do mar exigem medidas preventivas imediatas, evitando que a situação se torne crítica no futuro.
Proteger as praias de Niterói significa preservar não apenas um patrimônio natural e turístico, mas também garantir a segurança, a economia e a qualidade de vida de seus moradores.

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