O interesse por trás do tema
A ideia de que assistir a filmes assustadores pode queimar calorias conquistou espaço na mídia e intriga tanto fãs do gênero quanto profissionais da saúde. O assunto voltou à tona após um estudo britânico sugerir que o medo e a tensão provocados por longas de terror ativam reações fisiológicas que aumentariam o gasto energético do corpo.
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O estudo britânico que viralizou
Onde e como foi realizado
Pesquisadores da University of Westminster, no Reino Unido, acompanharam voluntários durante sessões de clássicos do terror. Foram monitorados batimentos cardíacos, consumo de oxigênio e produção de dióxido de carbono para calcular o gasto calórico médio em cada sessão de 90 minutos.
Os filmes que mais geraram gasto calórico
Entre os títulos analisados, O Iluminado ficou no topo, com estimativa de cerca de 180 calorias gastas. Outros destaques foram Tubarão e O Exorcista, ambos próximos de 160 calorias. Filmes como Alien, Atividade Paranormal e A Bruxa de Blair também apresentaram resultados semelhantes, variando entre 100 e 150 calorias.
Por que o corpo reage dessa forma
Durante cenas de maior tensão, o organismo aciona a resposta de “luta ou fuga”, liberando adrenalina e elevando a frequência cardíaca. Esse estado provoca aceleração do metabolismo e pode reduzir temporariamente o apetite, o que explicaria o aumento do gasto energético em alguns espectadores.
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Limitações do estudo
Apesar da curiosidade, o estudo tinha amostra pequena, não foi publicado em revistas científicas revisadas por pares e nasceu como uma ação promocional ligada ao Halloween. Isso significa que os resultados não devem ser interpretados como recomendação médica ou prática de saúde.
Comparação com atividades físicas
Para efeito de comparação, uma caminhada de 30 minutos a ritmo moderado pode gastar em média 140 calorias — quase o dobro do que se gasta em 90 minutos de terror no sofá. Isso mostra que, embora o corpo reaja ao medo, o efeito não substitui exercícios físicos regulares.
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Medo e batimentos cardíacos no cinema
Projetos independentes, como o Science of Scare, utilizam sensores para medir a frequência cardíaca de espectadores durante sessões de terror. Em algumas exibições, foram registrados aumentos médios de mais de 30% na frequência cardíaca, com picos próximos aos de exercícios leves, reforçando a ideia de que o corpo é intensamente estimulado em momentos de susto.
Emoção x saúde
Esses dados confirmam que filmes de terror podem provocar efeitos físicos reais, mas ainda não há evidências robustas de que isso se traduza em benefícios de longo prazo, como perda de peso. A principal contribuição é no campo do entretenimento e da emoção, com impacto fisiológico pontual.
O que especialistas em saúde recomendam
Não confundir lazer com exercício
Médicos e educadores físicos lembram que assistir a filmes pode até gerar reações corporais intensas, mas não deve ser considerado substituto para a prática de atividades físicas. O gasto energético é baixo comparado a esportes ou caminhadas, e não promove fortalecimento muscular ou condicionamento cardiovascular.
Onde está o valor do cinema de terror
Se há uma vantagem além do entretenimento, é a possibilidade de liberar adrenalina e experimentar sensações intensas em ambiente seguro. Essa experiência pode, inclusive, reduzir o estresse e proporcionar alívio emocional para algumas pessoas.
Considerações finais
Filmes de terror podem, sim, acelerar os batimentos cardíacos e provocar um gasto calórico acima do normal. No entanto, isso acontece de forma limitada e temporária. Para quem busca saúde e emagrecimento, a recomendação continua sendo a prática regular de atividades físicas e alimentação equilibrada. O terror, neste caso, pode ser um aliado divertido, mas jamais a principal estratégia.













