O avanço no reconhecimento dos direitos das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no serviço público brasileiro vem garantindo benefícios importantes, como a aposentadoria especial. Recentemente, decisões judiciais reforçaram que servidores com TEA têm direito à aposentadoria especial sem a exigência de comprovar incapacidade laborativa. Este artigo explica o que significa essa conquista, os fundamentos legais e como os servidores podem exercer esse direito, além de destacar a importância do respeito, da inclusão e da valorização no ambiente público. Garantir esses direitos é fundamental para promover um serviço público mais humano e acessível a todos.
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Entendendo o Transtorno do Espectro Autista (TEA)
O que é o TEA?
O TEA é um transtorno do desenvolvimento que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento. Suas manifestações são variadas e vão de formas leves a mais severas. A Lei nº 12.764/2012 reconhece o TEA como deficiência para todos os fins legais, garantindo direitos às pessoas que convivem com essa condição.
Classificação dos níveis de TEA
O transtorno é dividido em três níveis, conforme a necessidade de suporte:
- Nível 1: necessita de apoio.
- Nível 2: necessita de apoio substancial.
- Nível 3: necessita de apoio muito substancial.
Essa categorização ajuda a definir a intensidade dos cuidados e adaptações necessárias.
Aposentadoria especial para servidores com TEA
Bases legais da aposentadoria para pessoas com deficiência
A Lei Complementar nº 142/2013 regula as condições de aposentadoria para pessoas com deficiência, estabelecendo prazos diferenciados de contribuição para acesso ao benefício. No entanto, a legislação gera debates quando impõe a exigência de comprovação da incapacidade para o trabalho.
Jurisprudência e decisão recente
Em dezembro de 2024, a 2ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal concedeu o direito ao abono de permanência a uma servidora com TEA nível 1. A decisão destacou que, conforme a Lei nº 12.764/2012, o TEA é reconhecido como deficiência sem necessidade de comprovar limitação da capacidade laboral para fins previdenciários, ampliando o acesso à aposentadoria especial. Essa decisão abre precedentes importantes para que outros servidores públicos em situação semelhante possam reivindicar seus direitos com mais segurança jurídica.
Como solicitar a aposentadoria especial por TEA

Documentos essenciais
Para requerer o benefício, o servidor deve apresentar:
- Laudo médico atualizado diagnosticando o TEA, com CID correspondente.
- Comprovação do tempo de contribuição e vínculo funcional.
- Documentação pessoal e administrativa conforme exigência do órgão previdenciário.
Procedimentos administrativos
O pedido deve ser encaminhado ao órgão previdenciário responsável, que analisará a documentação e a elegibilidade ao benefício. Caso haja recusa, é possível recorrer judicialmente com base no reconhecimento legal do TEA como deficiência.
Impactos e importância da decisão para servidores com TEA
Garantia de direitos e proteção social
Reconhecer o direito à aposentadoria especial para servidores com TEA fortalece a proteção social, garantindo tratamento igualitário e respeito às condições específicas dessa população. Além disso, reforça a necessidade de políticas públicas que considerem as particularidades do TEA, promovendo adaptações no ambiente de trabalho que facilitem a permanência dos servidores e melhorem sua qualidade de vida.
Estímulo à inclusão e valorização no serviço público
Essa conquista reforça o compromisso com a diversidade e a inclusão no serviço público, valorizando a presença e as contribuições dos servidores com deficiência. A medida também serve de estímulo para outras instituições e setores, que podem seguir o exemplo e adotar práticas mais inclusivas.
Considerações finais
A decisão que assegura aposentadoria especial para servidores com TEA sem necessidade de comprovação da capacidade laboral é um marco para a defesa dos direitos das pessoas com deficiência no Brasil. É fundamental que servidores e gestores estejam atentos a essa garantia para promover um ambiente de trabalho mais justo e inclusivo. Conhecer os direitos e os procedimentos para solicitar esse benefício é essencial para o pleno exercício da cidadania e da proteção previdenciária. Além disso, essa decisão contribui para a conscientização social sobre o Transtorno do Espectro Autista, incentivando políticas públicas mais eficazes e a oferta de suporte adequado aos servidores com TEA, garantindo-lhes dignidade, qualidade de vida no ambiente laboral e aposentadoria tranquila. É um passo decisivo rumo à construção de um serviço público que respeite a diversidade e promova a inclusão real.













