Não há dúvidas que se há uma frase que marca a vida do pedreiro Batista Cândido Rodrigues, de 68 anos, essa é: “A esperança é a última que morre”. Sim, eu sei que é bem clichê, mas para alguém que encontrou a sua família após 60 anos de distância, não há ditado que venha melhor a calhar.
Na década de 1950, Rodrigues, que hoje mora no Estado de Goiás, se mudou para Minas Gerais com o seu pai, onde morariam na casa de um tio. Porém, essa mudança acarretou em um longo afastamento. Desde então, o pedreiro nunca mais havia tido uma notícia sequer dos parentes que deixou para trás enquanto era uma criança.
E o emocionante reencontro veio graças a internautas – veja o poder do ambiente virtual. Após um reportagem do G1, muitas pessoas se mobilizaram com o pedido do idoso para saber do paradeiro de sua família. E foi em Monte Caramelo, sua cidade natal, que graças a toda a ajuda recebida ele teve a oportunidade de rever, após tanto tempo, os seus parentes.
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Uma foto do pai, Manuel Cândido Rodrigues, era tudo o que Batista tinha como recordação de seu passado – Foto: Reprodução / TV Anhanguera
“Melhor impossível. Foi um momento de muita emoção. Achei que meu coração ia explodir de alegria. Foi a melhor viagem que fiz na minha vida”, contou o simpático senhor ao G1.
Para o reencontro, o pedreiro viajou ao lado de sua esposa, Elda Gonçalves Rodrigues, os cinco filhos do casal, sete netos e 2 bisnetos. Em peso, todos partiram para Minas. E lá, o idoso ficou sem reação ao conhecer mais de 50 pessoas de sua família: “Descobri irmãos, sobrinhos, cunhados. É muita gente, ainda estou decorando o nome de todos”, comentou.
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Emocionado, Batista abraça a irmã Iracema – Foto: Arquivo Pessoal / Keila Rodrigues
Animado, Batista logo tratou de por o papo em dia com as diversas gerações de familiares que estavam a sua espera. Ele descobriu que sua mãe, Joana Bárbara de Jesus, e seu irmão mais velho, Abadio, já faleceram. E presente, de quem ele chegou a conhecer, estava apenas a sua irmã, Iracema.
Rodrigues descobriu também que tem mais três irmãos: Edir, Marina e Jeferson. Esse último ele ainda não teve a oportunidade de conhecer, pois não pôde comparecer á reunião.
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Foto: Arquivo Pessoal / Keila Rodrigues
“A gente não esperava tanto carinho. Foram hospitaleiros, nos receberam muito bem, com muito amor”, disse ao G1, Keila Patrícia Gonçalves Rodrigues, de 38 anos, uma das filhas de Batista.
E dentre todos os internautas que se mobilizaram para ajudá-lo a realizar o seu sonho, está um investigador de 49 anos da Delegacia Especializada Antissequestro de Campinas (DEA), em São Paulo. Também ao portal de notícias da Globo o rapaz que preferiu não ser identificado comentou que: “e a gente encontra criminosos, como não vamos achar pessoas idosas? Basta ter vontade, perseverança, unir esforços. Apenas com um link, quem leu se emocionou e se prontificou a ajudar”.
E o investigar conta que, mesmo não tendo sido um trabalho nada fácil de ser realizado, foi algo que valeu muito a pena ter sido feito: “A gente se emociona, me dou por realizado em ouvir a voz do seu Batista, emocionada, agradecendo por telefone”.
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Foto: Arquivo Pessoal / Keila Rodrigues
Definitivamente, vale manter a chama da esperança acesa, não é mesmo?


Uma foto do
Emocionado, Batista abraça a irmã Iracema – Foto: Arquivo Pessoal / Keila Rodrigues
Foto: Arquivo Pessoal / Keila Rodrigues
Foto: Arquivo Pessoal / Keila Rodrigues









