Fernando Biz, 82 anos, e Delinda Biz, 86, se conheceram ainda jovens, na roça, em uma festa da igreja. E em tão pouco tempo, selaram uma união repleta de amor e respeito que duraria por toda a vida. Ao todo, foram 63 anos juntos vivendo em uma casinha em Araranguá, no Sul de Santa Catarina.
Mas, na última terça-feira, 19/07, Fernando, que tem Alzheimer, sentiu falta da mulher. “Onde tá a mãe?”, perguntou.
“A mãe foi tomar umas vitaminas, pode dormir descansado, que daqui a pouco ela tá boa”, ouviu da filha, Rose Biz.
Na verdade, Fernando estava sendo poupado de saber que a mulher havia sido internada um dia antes devido a dores no peito. Após ouvir a resposta, ele tomou café, pediu uma blusa e voltou para cama. De lá, não sairia nunca mais. Quando a filha resolveu ir até o quarto, percebeu que ele havia morrido.
Seis horas depois, uma outra notícia deixaria a família ainda mais surpresa: dona Delinda também tinha morrido no hospital.

“Sempre faziam tudo juntos, se a nona saía de perto ele já perguntava onde ela estava, era um cuidado muito grande”, conta uma das neta.

Um não soube da morte do outro. Foi um choque para todos os amigos e familiares que durante muito tempo ouviram Delinda dizer: “vamos embora juntos”, em referência à união tão duradoura com o marido.
“Nos últimos meses a gente chegava e dizia: mas que ‘nona’ forte! E ela dizia: ‘nós estamos bons agora, mas vamos embora juntinhos”, conta uma das netas. “Ela era muito sensata, sensitiva, via as coisas de longe.”

Delinda e Fernando foram velados no mesmo local. “Apesar de tudo, estamos todos muito tranquilos por terem feito a passagem juntos.”
Fotos: Arquivo Pessoal/Greysian Biz












