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Brasil aprova Mounjaro para obesidade: medicamento inovador custa a partir de R$ 1,4 mil

mounjaro

Brasília, junho de 2025 – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou uma nova indicação para o Mounjaro (tirzepatida), medicamento da farmacêutica Eli Lilly. Inicialmente voltado apenas para o controle do diabetes tipo 2, o remédio agora também poderá ser utilizado no tratamento da obesidade em adultos com critérios específicos de massa corporal.

Com a decisão, o Brasil passa a integrar a lista de países que reconhecem a eficácia da tirzepatida como ferramenta para auxiliar na perda de peso. O valor do tratamento, no entanto, deve pesar no bolso: o preço sugerido da caneta injetável mensal gira entre R$ 1.406,75 e R$ 2.384,34, dependendo da dosagem escolhida.

O medicamento será comercializado em canetas com diferentes dosagens, todas de aplicação semanal.

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Quem pode usar o Mounjaro contra a obesidade?

A nova indicação do remédio vale para pessoas com:

  • Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 30 kg/m²;
  • IMC a partir de 27 kg/m², desde que o paciente também tenha alguma condição associada, como diabetes tipo 2, pressão alta ou colesterol elevado.

Essa liberação representa um reforço importante no combate à obesidade, condição que afeta quase 30% da população adulta brasileira, segundo dados do Ministério da Saúde. A doença está associada a maior risco de infarto, AVC, câncer e outras complicações.

Como funciona o Mounjaro?

O princípio ativo da caneta, a tirzepatida, é uma substância que age em dois receptores do organismo humano: o GLP-1 e o GIP. Ambos têm papel fundamental na regulação da fome, saciedade e controle da glicose.

Enquanto o GLP-1 é responsável por diminuir o apetite e retardar o esvaziamento gástrico, o GIP complementa essa ação melhorando a sensibilidade à insulina. Esse duplo mecanismo contribui para uma maior redução de peso e controle do metabolismo.

Estudos clínicos com resultados expressivos

Em estudos internacionais, pacientes que utilizaram o Mounjaro chegaram a perder até 22,5% do peso corporal em aproximadamente 72 semanas de tratamento. Os resultados foram considerados superiores a outras medicações já conhecidas, como a semaglutida (comercializada como Ozempic ou Wegovy).

A eficácia chamou a atenção da comunidade médica, sobretudo por oferecer uma alternativa mais potente para pessoas com obesidade severa ou resistência a outras formas de tratamento.

Formato e aplicação do medicamento

O Mounjaro será vendido em canetas autoinjetáveis de uso semanal, semelhante ao esquema do Ozempic. O paciente aplica o conteúdo na parte subcutânea do corpo, geralmente no abdômen, coxa ou braço.

As canetas são descartáveis e vendidas em farmácias com prescrição médica e retenção da receita, por se tratar de um medicamento de tarja vermelha.

As apresentações variam entre:

  • 2,5 mg (início do tratamento);
  • 5 mg a 15 mg (ajustes progressivos);
  • Todas em caixas com quatro canetas (um mês de tratamento).

Preço sugerido

A farmacêutica Lilly Brasil divulgou os valores máximos autorizados pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos). Confira:

  • 2,5 mg – R$ 1.406,75
  • 5 mg – R$ 1.514,71
  • 10 mg – R$ 1.620,78
  • 12,5 mg – R$ 2.056,39
  • 15 mg – R$ 2.384,34

O custo pode variar conforme o estabelecimento, descontos de programas de fidelidade e planos de saúde.

Acompanhamento médico é essencial

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Imagem – Bestofweb/Freepik

Apesar dos bons resultados, especialistas alertam que o uso da tirzepatida exige acompanhamento regular com endocrinologista. Isso porque o remédio pode causar efeitos colaterais, especialmente no início do tratamento.

Os mais comuns são:

  • Náusea
  • Vômitos
  • Diarreia
  • Constipação
  • Dores abdominais

Em casos mais raros, pode haver risco de inflamação pancreática ou hipoglicemia, especialmente se o paciente também usar insulina.

O uso do Mounjaro é contraindicado para:

  • Gestantes ou lactantes;
  • Pacientes com histórico de pancreatite;
  • Pessoas com doenças endócrinas raras.

O que dizem os especialistas

A endocrinologista Mariana Costa, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), explica que a aprovação da tirzepatida representa uma mudança de paradigma no combate à obesidade:

“É um medicamento de nova geração, com potencial de mudança de vida para pacientes que já tentaram emagrecer de outras formas e não conseguiram. Mas não é mágica: a adesão ao tratamento e o acompanhamento médico fazem toda a diferença.”

Já o presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), Alexandre Hohl, afirmou em nota que o remédio oferece “resultados promissores em um grupo de pacientes que muitas vezes não consegue perder peso apenas com dieta e exercícios.”

Comparação com outros medicamentos

Além do Mounjaro, o mercado brasileiro conta com outros medicamentos para emagrecimento, como:

  • Sibutramina – inibidor de apetite com riscos cardiovasculares;
  • Liraglutida (Saxenda) – age no GLP-1, mas tem aplicação diária;
  • Semaglutida (Ozempic/Wegovy) – aplicação semanal e já usada por muitos brasileiros para perda de peso, mesmo sendo indicado apenas para diabetes.

A principal diferença do Mounjaro é a ação combinada nos receptores GIP e GLP-1, oferecendo melhores resultados clínicos na maioria dos casos.

Expectativas do mercado e próximos passos

Com a liberação da Anvisa, farmácias e clínicas já se preparam para iniciar a comercialização do Mounjaro com a nova indicação. A previsão é de que o medicamento esteja amplamente disponível ainda neste mês de junho de 2025.

A expectativa é que o remédio se torne uma das opções mais procuradas para tratamento da obesidade, especialmente entre pessoas com acesso a planos de saúde ou maior poder aquisitivo.

No entanto, há pressão de entidades de saúde para que o Ministério da Saúde avalie a possibilidade de incluir o remédio em protocolos do SUS, o que, até o momento, não está previsto.

Considerações finais

A chegada do Mounjaro como tratamento autorizado para obesidade representa um avanço importante na luta contra uma das maiores epidemias de saúde pública da atualidade. Ainda que o preço seja um obstáculo para parte da população, o impacto do medicamento na qualidade de vida dos pacientes que conseguem acesso já é significativo.

Com a combinação de eficácia, segurança e supervisão médica, a tirzepatida pode se consolidar como a nova referência no tratamento de sobrepeso e obesidade no Brasil.

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